Professor de Jiu-Jitsu radicado na Inglaterra, o experiente Lucio “Lagarto” Rodrigues foi o primeiro faixa-preta campeão absoluto dos Europeus da IBJJF, na estreia do evento em 2004.
Em 2014, o atleta da Gracie Barra quer tentar entrar para a história novamente, e se sagrar bicampeão do aberto dez anos depois. Algo como se nosso Ronaldo Jacaré, campeão mundial absoluto em 2004, voltasse este ano ao pano e faturasse o Mundial.
Lagarto, apesar de ciente dos obstáculos, esbanja confiança para o absoluto que começa neste sábado 25, em Lisboa. No peso, o superpesado terá pela frente feras como Rafael Lovato, Igor Silva e Antonio Peinado. Confira o que ele diz.
GRACIEMAG: O que o Lagarto de 2014 traz de diferente a Lisboa?
LUCIO LAGARTO: A diferença é que, a cada ano que passa, a experiência aumenta e a chance de erros diminui. Este ano me organizei para que eu estivesse focado totalmente para a competição. Organizei meu camp em Israel, onde meu amigo Gabriel Kitober reside, e contamos com a estrutura de um dos maiores institutos de treinamento do mundo, o Wingate Institute of Sports. Treinei três vezes por dia, sempre orientado por excelentes profissionais na área de medicina esportiva. Hoje me sinto preparado para qualquer terreno: guarda, passando ou trocando queda. Em qualquer área estarei em casa! Chega o momento em que o jogo precisa se tornar homogêneo, precisamos estar preparados para o que vier.
No ano passado, você perdeu para o Bernardo Faria na final. O que você aprendeu?
Aprendi que é preciso estar bem focado para lutar com essa galera mais jovem e cheia de gás. Hoje o Jiu-Jitsu chegou a um nível bem profissional. Há dez anos eram só alguns atletas que se dedicavam integralmente. Atualmente, todos os atletas de ponta estão com dedicação integral. Dar aula e competir torna a brincadeira mais difícil. Ou seja, tirei uma temporada para relaxar a carcaça e só treinar.
No absoluto, você pode enfrentar a novíssima geração, de Jackson Sousa, Keenan Cornelius e outras feras. Como pretende encarar jogos tão variados?
Eu não teria como ficar fora dessa festa no aberto. Nada muda na minha cabeça ou no meu estilo, vou para me divertir e fico feliz em ver rivais com jogos tão diferentes. Seria chato e nada desafiador, se não fosse assim. Não me preocupo com isso, todo esse jogo sempre existiu, lógico que hoje a galera busca um jogo mais competitivo. Mas minha ideia é bater a mão e jogar para a frente. Vamos ver no que dá! O importante é saber que independentemente do resultado sempre acabamos por evoluir sempre.