O ouro mundial na faixa-preta pode parecer o ápice da carreira de um lutador de Jiu-Jitsu, mas para outros competidores ávidos pela disputa, o título de melhor do mundo pode estar além do topo do pódio. Para Cláudia do Val, por exemplo, a busca incessante pelo destaque no feminino começou depois do Mundial de 2018.
Depois de somar os pontos na Pirâmide de Long Beach, Claudinha seguiu viajando pelo mundo, lutando todos os opens e nationals que via pela frente, e o trabalho duro foi recompensado. Foram 27 ouros e duas pratas, que colocaram Claudia como líder do ranking da IBJJ, tanto de kimono como sem kimono, e com vantagem sobre as demais postulantes.
A equipe da GRACIEMAG bateu um papo com a fera da equipe De la Riva para entender como os treinos, mente e determinação tornaram a menina de Rezende, no Rio de Janeiro, a principal competidora do Jiu-Jitsu na atualidade.
GRACIEMAG: Antes de tudo. Como você começou no Jiu-Jitsu? De onde surgiu a “guarda mais perigosa” do Jiu-Jitsu feminino?
Comecei no judô. Fiz três anos de judô antes de entrar para o Jiu Jitsu, com o intuito de melhorar meu chão no judô. Até que deixei de fazer judô. No Jiu-Jitsu, até a minha faixa marrom, eu mal sabia fazer guarda. Foi quando machuquei o ombro, há dois anos e meio, que comecei a jogar só por baixo. Até fazia guarda, mas era uma avenida.
Primeiro lugar no ranking, depois de um 2018 repleto de conquistas, como o título mundial na faixa-preta. Qual a sensação, por mais que a temporada ainda não tenha terminado?
Estar em primeiro do ranking é bem legal. É uma conquista grande, as pessoas me parabenizam, reconhecem e tudo mais. Mas nada mudou, sou a mesma Claudinha e continuo apanhando do mesmo jeito nos treinos.
Na temporada passada você chegou a estar próxima do topo do ranking. Já era um objetivo antigo ou foi só consequência das vitórias nos torneios?
Eu demorei muito a começar a competir e acho que viciei. Agora estou correndo atrás do tempo perdido e lutando tudo que nunca lutei até começar. Também é uma forma de conhecer o mundo, que se não fosse pelo Jiu-Jitsu eu nunca faria.
E num possível encontro com a Tayane, que além de amiga é sua adversária mais perigosa e segunda no ranking? Tens um trunfo na manga para o jogo dela?
Tay e eu não lutamos há muitos anos. Já lutei com ela e já perdi. Eu acho que talvez chegue uma hora em que precisemos lutar, mas eu ainda não estou pensando nisso.