Aluno do faixa-preta Tarcísio Jardim, o jovem Esdras Barbosa (CheckMat), 23 anos, foi o melhor faixa-azul do Brasileiro de Jiu-Jitsu, em Barueri, São Paulo.
No primeiro dia do Brasileiro da CBJJ, ele foi o destaque ao finalizar sete das nove lutas que fez, contando o peso pesado e o aberto.
Atleta de João Pessoa, capital da Paraíba, Esdras definiu assim seu estilo, em papo com GRACIEMAG: “É prático e eficiente para minha faixa. Não dou margem para erros e isso é essencial em competições”. Conheça um pouco mais sobre o valente Esdras (o nome, em hebraico, significa “aquele que ajuda”).
GRACIEMAG: Qual a sensação de faturar dois ouros no Brasileiro?
ESDRAS BARBOSA: Gostei muito. Consegui encaixar meu jogo em todas as lutas e fazer o que vinha treinando todos os dias na academia. Para minha faixa, o meu jogo é prático e eficiente. Não dou margem para erros e isso é essencial em competição. Na academia fazemos e treinamos de tudo. Em competição a coisa é diferente.
Como foi a final dos pesados, contra Igor Corsino da Nova União?
Procurei usar logo minha guarda e dominar o adversário no meu ponto forte, a guarda 50/50. Consegui fazer isso rápido. Da guarda, comecei a trabalhar para finalizar, foi só questão de ajuste para sair com a vitória em pouco mais de um minuto de luta. Consegui finalizar na botinha (chave de pé).
E na final do aberto seu adversário acabou sendo desclassificado. Como foi?
O placar da luta estava 2 a 0 para mim, até que ele girou para o lado errado do joelho atacando meu pé e foi desclassificado. Ele tinha assistido a algumas lutas minhas antes e observou o meu jogo, e por ser muito grande conseguiu defender bem algumas posições minhas. Eu tentava atacá-lo, mas por ser muito comprido eu não conseguia amplitude suficiente para executar a posição. Até que percebi que ele iria girar para o lado errado na chave de pé. Só esperei ele fazer o movimento e o juiz parar o combate.
Qual foi seu maior aprendizado neste Brasileiro de Jiu-Jitsu?
Eu nem ia lutar o absoluto, mas meus professores, amigos e meu irmão colocaram pilha dizendo que eu já tinha cumprido a missão e o absoluto era hora de me divertir. Como meu professor Tarcísio sempre disse: “Acredite em você como eu acredito”. Senti então que estava no meu dia, tudo estava indo conforme os treinos e a estratégia. Sabia que iria até o fim seja lá contra quem fosse, e ninguém tiraria de mim esse título, pois treinei muito e abdiquei de várias coisas pra chegar até o topo.
Do que um faixa-azul precisa para ser campeão absoluto hoje em dia?
Acima de tudo calma, ter a cabeça no lugar e saber que o absoluto é “outra” competição, não interessa se o oponente do outro lado venceu a categoria antes. Você também deve procurar fazer o adversário cair no seu jogo e encarar cada luta como uma batalha a ser vencida, onde o objetivo final é ser campeão. Queria agradecer a meus professores Tarcísio Jardim e Nivaldo Oliveira, meus irmãos de treino, minha família e amigos, pois não tenho patrocínio e sem a ajuda deles eu não estaria vivendo esse momento.