No último fim de semana, Renato Cardoso (CheckMat) mostrou por que é uma das revelações da categoria até 83kg, e ficou com o pacote com tudo pago para Abu Dhabi, na peneira realizada no Amazonas, na cidade de Manaus.
Antes de carimbar o passaporte para os Emirados Árabes na seletiva de Fabio Holanda, ao fechar com o companheiro Diego Borges, Renato fez semifinal ferrenha com a pedreira Felipe Preguiça, em que o aluno de Rodrigo Cavaca levou a melhor por um justo leglock.
Em entrevista ao GRACIEMAG.com, Renato listou o que aprendeu na seletiva de Manaus e comentou sobre suas melhores finalizações no ginásio Amadeu Teixeira.
GRACIEMAG: Depois de bater na trave na seletiva em Natal, o que você fez para brilhar em Manaus?
RENATO CARDOSO: Eu tive treinos mais intensivos, onde corrigi as posições mais fortes. Mas eu também estava com muita vontade de garantir minha vaga para Abu Dhabi. Todas as minhas derrotas acabam sendo essenciais para eu voltar mais forte, com mais determinação e vontade de superar meus obstáculos e meus adversários. Estou sempre indo além do meu limite!
Como você destaca sua atuação na Seletiva de Manaus?
Mesmo apontado como um dos favoritos, em Manaus fiquei do lado mais duro da chave, que tinha feras como o Joares, um atleta que luta há muitos anos de faixa-preta. Comecei contra ele, no sábado, e finalizei rápido graças a uma das minhas posições prediletas, a chave de pé reta. A segunda luta fiz contra um atleta bem conhecido no Jiu-Jitsu e muito duro, o Vitor Hugo, onde consegui finalizar na mesma chave, também no começo da luta, classificando-me para as semifinais no domingo. Assim, acho que comecei fazendo um bom campeonato sábado, até chegar até a semifinal no domingo, onde já estava me sentindo muito bem. Gostei da minha atuação.
Como foi a semifinal com o Felipe Preguiça?
Eu já havia lutado com o Preguiça algumas vezes, então já conhecíamos o jogo um do outro. A luta no começo foi estratégica, com ambos chamando para a guarda ao mesmo tempo. Dali encaixei a chave de pé nele. Ele subiu fazendo a vantagem, mas depois empatei com a vantagem da chave de pé. Quando olhei para o relógio, faltava um minuto para acabar a luta, e pensei em raspar e ganhar nos pontos. No entanto, quando tentei a raspagem ele se antecipou e voltei em uma posição ótima, embolado nas pernas. Aí foi arrochar o leglock. Essa posição é muito utilizada pelo Bochecha, meu parceiro de treinos. Estou sentindo que meu amadurecimento como faixa-preta vem surgindo, já consegui me manter calmo e analisar mais a luta, conforme meu professor Rodrigo Cavaca enfatiza.
Sua arma principal tem sido a chave de pé reta. Alguma dica para executar bem a posição?
Rapaz, desde que vim para Santos e aprendi a chave de pé com o Cavaca, venho me aprimorando cada vez mais. Quando chego na famosa botinha, mantenho o controle para não deixar o adversário flexionar a perna. Ao manter a perna em total extensão, controlo com meu quadril o movimento de rotação do pé do adversário, e viro de barriga para baixo fechando bastante meu cotovelo. Três tapinhas na certa. Não se pode deixar o adversário ganhar o domínio das mangas ou da lapela. Outra dica: nunca deixe que o oponente dobre a perna, assim ele é capaz de defender a posição.
Que lição útil para o leitor você tirou desse campeonato?
Para estar no nível dos tops, é necessário muita abdicação. O segredo não é só ter talento, e sim muita força de vontade e lutar sempre com o coração. E humildade acima de tudo.
Quem são as maiores pedreiras classificadas para o WPJJC, em Abu Dhabi, no seu peso?
Para mim, as maiores pedreiras são o (Claudio) Calasans, Alan Finfou, Leandro Lo, o Romulo Barral, de quem sou superfã, e o André Galvão, mas tem outros. Podem esperar que agora vou treinar como nunca, pois já estou na preparação para o Pan em março e não vou parar. Quero chegar voando no Pan e em Abu Dhabi, sempre lutando em busca da finalização porém com inteligência.