Havia uma expectativa de que, pelo fato de ser uma luta de apenas seis minutos de duração, Rodolfo Vieira e Marcus Buchecha fariam um combate extremamente estudado, evitando perder pontos ou vantagens, os quais seriam dificilmente recuperados em função do curto período de combate. Ledo engano. O confere entre os dois craques foi eletrizante.
Logo nos segundos iniciais, Buchecha puxou para guarda aberta, Rodolfo avançou como um tanque de combate, chegou à meia-guarda rapidamente e quase pegou as costas e montou (o aluno de Cavaca conseguiu repor a meia-guarda quando o juiz se preparava para dar os pontos da montada). Rodolfo usou bem a cabeça contra o tatame, conseguindo um bom posicionamento para desmontar a meia-guarda de Buchecha, que prendia a perna do adversário já no limite do tornozelo.
Quando estava prestes a passar a meia-guarda, Rodolfo levantou os quadris um pouco mais que o necessário. Foi o bastante para perder pressão e “ficar leve”. Coisa de segundos. Mas Buchecha não perdeu a oportunidade. Fez a ponte e inverteu a posição, caindo por cima do lutador da GFTeam. Aos olhos do público pareceu até um movimento fácil e simples. É a tal da “meia-guarda arapuca”. Ela parece que está morta, já passada, e é nesse momento que vem o bote. Foi pois, com este ousado senso de oportunismo, que Buchecha abriu o placar e fez 2 a 0.
As pernas dos dois lutadores então se entrelaçaram numa improvável 50/50. Buchecha e Rodolfo fazendo o usual jogo de Cobrinha e Mendes? Foi isso mesmo. Muita embolação, tentativas quase intuitivas de desequilíbrio até que Rodolfo conseguiu raspar e voltar a lutar por cima (2 a 2 no placar). A luta continuou embolada, cheia de troca de pegadas e mudança de ganchos e alavancas, até que Rodolfo teve de ficar em pé para se equilibrar e Buchecha foi para cima dele, catando a perna, um misto de raspagem, queda e muita raça, efetivando nova inversão: 4 a 2 a favor de Buchecha.
Nos últimos segundos do combate, Buchecha quase passou a guarda de Rodolfo. Chegou a praticamente colar peito com peito, mas por um milésimo não chegou a estabilizar os três segundos. O árbitro chegou a levantar o braço para dar os três pontos da passagem mas o recolheu quando Rodolfo, puxando o último gás, deu as costas e brigou contra a estabilização até que o tempo se esgotou.
Buchecha se consagrava como o grande campeão absoluto do World Pro, logo após ser o grande campeão do Pan, na Califórnia. Sem dúvida alguma, Buchecha até o momento é o rei do Jiu-Jitsu competitivo em 2013, repetindo a hegemonia que impôs na temporada de 2012. Parabéns ao grande campeão.
Gabi Garcia vence Bia por 11 a 0
Já no absoluto feminino, Gabi Garcia (Alliance) e Beatriz Mesquita (Gracie Humaitá) fizeram mais uma final. A aluna de Fabio Gurgel iniciou o combate derrubando Bia, que passou a tentar segurar Gabi com sua guarda. Não conseguiu, e Gabi passou a primeira vez. Bia conseguiu repor, mas teve a guarda passada novamente. Gabi usou e abuusou da boa passagem e anotou 11 a 0 contra a pupila de Letícia Ribeiro.
A disputa de terceiro lugar no absoluto masculino faixa-preta ficou entre Claudio Calasans Jr e Tarsis Humphreys. Calasans não deu margem para o azar e venceu Tarsis ao pegar as costas. No feminino, Luanna Alzuguir fisgou o bronze ao passar a guarda de Mackenzie Dern.
Na faixa-marrom, Keenan Cornelius e Paulo Miyao (foto) chegaram a mais uma decisão do aberto, mas o final infeliz surpreendeu. Após ambos ficarem sentados, sem movimentação, o árbitro central da luta desclassificou os atletas por falta de combatividade. A organização decidiu que Kaue Damasceno (Nova União), que até então tinha o bronze, fosse o campeão.
Os outros resultados de sábado no absoluto foram:
Faixa-roxa: Victor Honório (GFTeam) venceu Patrick Gaudio (GFTeam) por 5 a 2.
Faixa-azul: Rudson Sarmento (Black Belt) venceu Felipe Ubaiz (Nova União) na decisão dos juízes.
Ana Carolina Vieira (GFTeam) venceu Hanna Tibbling (ChekMat) por 2 a 0.