Esquina da rua 22 com décima avenida, agora, dois caras me seguindo. Não posso me conter, carrego um grande sorriso, e estou falando de um de felicidade.
Esperando por eles… Eles realmente estão achando que estou bêbado? Só podem estar brincando.
Rua 25 com décima avenida, estão chegando mais perto…
Eu paro para tirar uma foto, eles fingem que estão olhando uma vitrine. Não vou mentir… Meu sangue corre numa velocidade diferente, como eu sinto falta do Brasil!
“Jiu-Jitsu, nunca saia de casa sem ele.”
Esperem por dois minutos, já volto.
Eles chegam mais perto, pedem um cigarro. Continuo sorrindo. “Eu não fumo”. Finjo que estou cambaleando. Eles riem.
Minhas mãos doem. Não resisto e olho pra ele enquanto o outro corre, não é muito companheiro. Covarde. Ainda consigo vê-lo, ele olha para trás enquanto corre, eu ainda tento ir atrás, mas percebo que vai ser em vão porque estou muito lento. Droga!
O que eu peguei pergunta por que eu fiz isso, fingindo-se de idiota. Um chute de leve nas costelas faz com que ele solte um gemido e peça desculpa, ao mesmo tempo em que escrevo isto [no celular].
Eu pergunto se ele planejava me roubar, ele diz que não, tudo que queria era um cigarro. Rárá Eu sorrio com a certeza de que se fosse uma pessoa qualquer a esta altura estaria triste com suas coisas roubadas. E o filha da mãe do ladrão chora feito uma mulherzinha agora que a maré dele mudou.
Não resisto e tiro uma foto do safado enquanto ele geme e pergunta por que fiz isso, como se não soubesse a razão.
Minhas mãos doem muito.
Dirijo por duas quadras, o outro realmente desapareceu, vou para casa… furioso por não tê-lo achado. Acho que não vou dormir esta noite.
* * *
O texto acima foi postado em partes por Renzo Gracie na noite passada, provavelmente o primeiro relato de uma tentativa de assalto contada com detalhes em tempo real pelo Twitter. Direto de Manhattan, NY.
Gostou dessa, Rubem Fonseca?