Se você sente que pode ter mais energia para a prática do Jiu-Jitsu ou mesmo para trabalhar e curtir a família, recomendamos que passe numa livraria no caminho do supermercado.
Comecei a ler “A Dieta Gracie – o segredo dos campeões” (17 reais), o livro de Rorion Gracie em homenagem ao tio Carlos, na fila da noite de lançamento, na última quinta-feira, numa livraria do shopping Rio Sul.
Foi um típico evento dos Gracie, com pelo menos uma dezena de membros da família, boas histórias e conversas informais sobre saúde e Jiu-Jitsu. Entre um autógrafo e fotografias, Rorion respondia às perguntas de sempre sobre o UFC, UFC, UFC. “Por que a grade de oito lados?” “Você ainda vê o UFC?” “Se arrepende de ter vendido o UFC?”.
O criador do evento não deixava ninguém sem uma boa resposta, com a mesma destreza e paciência de quem descasca 18 laranjas toda semana para o café da manhã.
Enquanto minha vez não chegava, comecei a saborear as lições publicadas por Rorion após décadas de convívio com Carlos e o pai Helio, os dois grandes mestres que não faziam concessões ao comer.
Talvez o maior tesouro do livro seja o planejamento para os 14 dias iniciais da dieta, com pratos de dar água na boca (Um deles: salada, salmão com alecrim e creme de espinafre). Ou talvez as 17 receitas detalhadas, que vão do sanduíche de abacate à surpreendente carne assada Gracie.
Há, contudo, muitos outros incentivos para quem busca uma alimentação que evite contusões e doenças e proporcione mais energia e saúde – e não apenas para emagrecer e ficar esbelto aos olhos do espelho:
“Quando você entra no supermercado, é como se entrasse num ringue – seu inimigo interno está lá, esperando-o. Esse adversário tem um repertório cheio de chutes, socos e golpes baixos, e está pronto para usá-los contra você. (…) Ele tem um cruzado de direita chamado ‘Só um pacotinho de biscoitos pode acabar com essa agonia’”.
“A indústria alimentícia não está interessada na sua saúde. E a farmacêutica torce para que você fique doente.”
“Fase 1 da Dieta Gracie: mantenha um espaço de quatro horas e meia entre as refeições. (…) Pare com os lanchinhos e tome somente água ou água de coco entre as refeições.”
“O exemplo não é apenas a melhor forma de educar seus filhos – é a única!”
Ao fim de 175 páginas suaves como uma boa digestão de frutas, a obra convence que vale o desafio. Mesmo porque, não há praticamente censura. O negócio é combinar os pratos com inteligência, sem misturar nenhum “amido” (batata OU arroz OU feijão, massa OU batata, pãozinho OU arroz etc).
A única censura é feita a refrigerantes, frituras, sobremesas (depois da refeição, nem doces nem frutas), vinagre e carne de porco. “Inicialmente isso se dava porque antigamente a carne de porco tinha o vírus da lepra. Eu continuo a tradição”, esclareceu Rorion, depois que chegou a minha vez.
“O importante não é o que se come, mas como se mistura os alimentos a cada refeição. O importante é comer não porque algo é simplesmente gostoso, mas aprender a gostar do que é bom para a sua saúde”, reforçou o Gracie de 60 anos, que aparenta ter dez a menos no mínimo.
(A energia de Rorion é tamanha que, três dias depois, o professor radicado em Torrance, na Califa, estaria em São Paulo para um grande jantar de lançamento para o livro. No cardápio? Sopa de milho, salada verde com azeite e sal e empada de palmito, risoto de brócolis e salmão grelhado. Sem sobremesa, mas quem reclamou depois de comer tudo isso?)
No Rio, depois de cerca de quatro horas assinando livros, o autor, cheio de fome, saiu e foi comer uma pizza – sempre com ingredientes bem combinados de acordo com a Dieta Gracie. Ou você não sabia que queijo e massa italiana também casam bem para os Gracie?
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