Léo Machado e o segredo para competir e gerir duas academias de Jiu-Jitsu em alto nível

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Léo Machado em uma das suas dobradinhas na faixa-preta. Foto: Divulgação

Líder das nossas GMIs  BTT Irving e BTT North Dallas, o professor Léo Machado é um exemplo de sucesso conquistado com muita garra. Depois de deixar uma carreira promissora como engenheiro e partir de mala e cuia para os EUA, Léo obteve êxito não só como administrador, gerindo duas filias de alto nível, como acumulando grandes resultados nas competições de Jiu-JItsu.

Aliado aos seus sócios, Léo consegue viver intensamente seu malabarismo diário como empresário e atleta. Para entender melhor a receita do sucesso em duas frentes tão distintas e exigentes, GRACIEMAG bateu um papo com a fera, na intenção de desvendar o caminho seguido pelo professor rumo ao topo. Confira!

GRACIEMAG: Como o Jiu-Jitsu entrou na sua vida?
LÉO MACHADO: Na verdade o Jiu-Jitsu surgiu por acaso. Quando era jovem gostava de luta de trocação, já tinha feito karatê e capoeira. Estava olhando o muay thai para treinar, mas as escolas que tinham eram longe de minha casa. Meu irmão já tinha treinado Jiu-Jitsu e comentou comigo. Na época estava malhando e comentei com um instrutor de musculação que era faixa-marrom de Jiu-Jitsu, ele escutando isso me convidou para ir assistir uma aula de Jiu-Jitsu. Fui ver o tal de Jiu-Jitsu em 2003 na academia do meu professor Ricardo Marques, a BTT- Juiz de Fora-MG. Confesso que não achei graça só de olhar, mas o mestrão me convidou para fazer uma aula. Voltei lá e fiz a tal da aula e nunca mais parei com esse esporte fascinante.

E depois de chegar na faixa-preta, como ficou sua relação com o Jiu-Jitsu?
Depois de 7 anos e meio fui promovido à faixa-preta, no ano de 2011. Competi muito nas faixas coloridas e medalhei em todos os campeonatos importantes (fui campeão brasileiro, quatro vezes medalhista no Mundial da IBJJF como adulto e vários estaduais e medalhas da FJJ-Rio). Logo quando peguei a preta ganhei meus dois primeiros campeonatos no Rio, mas fui lutar um San Francisco Open e levei um susto, lá eu vi que a faixa-preta não era brincadeira. Lutei bem mas não passei de terceiro lugar. Fiz uma final de Pan Sem Kimono no adulto faixa-preta e tive uma experiência similar. Na faixa-preta ou você treina muito ou pode esquecer as competições.

 

Léo com seus alunos no Texas. Foto: Reprodução

Isso abalou de alguma forma a sua relação com o esporte?
Como te disse tive um choque de realidade. Em 2012 decidi que Jiu-Jitsu seria meu hobby e me formei em engenheiro civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Nunca parei de treinar mas já não me dedicava tanto. Trabalhava como engenheiro durante o dia e treinava a noite. Em 2013 surgiu uma oportunidade de trabalho de engenheiro do norte do Espírito Santo e eu aceitei. Chegando lá a primeira coisa que fiz foi procurar o Jiu-Jitsu para treinar. Como já era faixa-preta comecei a ensinar a eles lá. Os caras eram casca grossa e por sinal continuam comigo até hoje, como uma filial minha. Não tinha plano nenhum para viver de Jiu-Jitsu. Em 2014 meu amigo Diego Gamonal me ligou e convidou para vir para o Texas na área de Dallas, para ser o professor da antiga BTT Plano. Tinha muito o que perder, estava com um bom emprego e tudo. Mas, conversando com minha esposa e amigos que já moravam nos EUA (Bernardo Faria, Leonardo Soares, Leonardo Saggioro e outros) resolvi tentar. Vim em setembro de 2014.

E a ida para os EUA deu certo, por sinal…
Sim! Hoje temos duas academias na área de Dallas, a BTT Irving e a BTT North Dallas. Fico por conta do Jiu-Jitsu 24 horas por dia. Ensino em minhas academias junto com meu amigo Samuel Dias. Sempre reservo um tempo para treinar com meus amigos professores de outras academias, um ajudando o outro. Treino muito com meus alunos também, já tenho alunos de bom nível técnico. Na parte empresarial minha sócia ajuda muito. Com isso da para administrar o tempo. Confesso que a família sente um pouco, porque para continuar a competir em alto nível tem que treinar muito, e eu treino muito.

Mesmo conciliando as competições e as academias os resultados estão vindo nos torneios, certo?
O ano de 2019 foi abençoado. Ganhei 32 medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze, todas pela IBJJF, além de uma vitória no Fight 2 Win. Engraçado que o ano de 2019 fiquei a temporada inteira sem levar nenhum ponto na minha categoria de meio-pesado. Espero que em 2020 seja melhor para os grandes campeonatos. Comecei mais ou menos, fiquei em terceiro no europeu IBJJF, perdi na decisão do juiz (sem levar pontos novamente) e recentemente lutei um evento muito legal, o Kasai Pro 7, ganhando por finalização.

E qual é a receita para se dar bem nos negócios e nos campeonatos?
O segredo é se dedicar ao máximo! Treinar muito e viver o Jiu-Jitsu na íntegra, abrindo mão de algumas coisas. Sempre seguir um caminho certo, trabalhar sempre honestamente. Se quer viver de Jiu-Jitsu viva o Jiu-Jitsu! Treine, estude regras, treine mais um pouco, reserve um tempo para escutar os mais antigos do nosso esporte. Observe os exemplos no nosso esporte, dedique-se sempre e seja feliz.

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