Na última terça-feira, 29 de setembro, o atual campeão mundial absoluto faixa-marrom foi enfim condecorado. Mahamed Aly, 21 anos, recebeu a faixa-preta das mãos de Lloyd Irvin na academia do professor, em Maryland, nos Estados Unidos.
E a fera com nome de nocauteador já sabe onde e quando vai promover sua estreia na graduação principal: nos dias 7 e 8 de novembro, num dos grandes eventos do semestre, em Long Beach, na Califórnia.
“A grande estreia será daqui a seis semanas: Mundial Sem Kimono”, adiantou Aly, em papo com GRACIEMAG. “A ficha ainda está caindo, aos poucos vou internalizando tudo que está acontecendo em minha vida”, vibra a fera.
Maduro para a idade, Aly lista lições interessantes:
“Na minha idade, muitos estão se formando nas faculdades, graduando nas profissões que escolheram para suas vidas. Eu estou sendo graduado faixa-preta. Nessa ‘faculdade’ que escolhi, durante seis anos tive de estudar muito. Fui o mais CDF em todas as classes que passei. Muitas vezes não dormia nos dias anteriores às provas mais importantes. Muitas vezes sonhei com a formatura. Sonhava em me formar com as notas mais altas possíveis para ingressar no mercado de trabalho(e consegui)”, compara a fera, em suas redes sociais.
“Mas, depois da formatura, começa um novo dilema na vida de qualquer jovem: Devo tentar uma pós-graduação ou começar a trabalhar para fazer dinheiro? Eu optei por estudar mais, quero ser doutor no que faço. Quero dar palestras em Harvard. Quero que todos parem para ouvir, quando eu começar a falar sobre o que faço. Quero que um dia um cara muito bom diga: eu sou o que sou porque vi você fazer. Me espelhei no seu trabalho”, reflete Aly.
Sobre a faixa, Mahamed admite que não foi fácil. E acrescenta que o caminho está apenas no início:
“A faixa-preta veio com muito suor. Pensei com a minha própria cabeça, aprendi muitas posições mas sinto que não estou nem perto de saber tudo que preciso saber. Pretendo seguir minha rotina como sempre fiz. Continuar sendo o mais CDF, e um dia ser chamado de doutor. E assim ser o que minha mãe sonhou tanto. Ao longo desses anos ouvi muitas palavras de incentivo, li dezenas de livros e ouvi centenas de histórias que moldaram o faixa-preta que sou hoje. E, olha, nunca me senti tão bonito como agora com esta faixa. Nem que eu comprasse o ‘terno de 1 milhão de dólares’ do Jackie Chan, ficaria tão bem vestido. Poucos sabem a sensação de se tornar um faixa-preta (de verdade). Sou um novo homem”.
Aly garante que vai para o Mundial Sem Kimono de energia renovada para tentar o topo do pódio, mesmo sem experiência entre os tubarões. Perguntado por nossa equipe se vai disputar o torneio da IBJJF em novembro sem responsabilidade de vencer, só para se divertir, Aly corrige:
“Vou para me divertir, mas minha maior diversão é ganhar a medalha dourada”, sorri.