[ Entrevistado por Gabriel Almada ]
Atleta mais jovem da história a se tornar campeão mundial de Jiu-Jitsu na faixa-preta, Mica Galvão, no auge de seus 18 anos, estará em ação no próximo fim de semana. Em fase de preparação para o ADCC, o manauara terá pela frente o americano Alan Sanchez, em combate do card estrelado do Who´s Number One, a ser disputado no domingo 7 de agosto. O evento de grappling conta com o aguardado duelo entre Felipe Preguiça e Gordon Ryan na luta principal.
Mica faz uma temporada irretocável em seu primeiro ano na faixa-preta. Além do título mundial, o fenômeno faturou o GP dos Médios, do BJJ Stars, com direito a triunfos diante de Leandro Lo e Lucas Hulk. O prodígio da Fight Sports também foi o grande nome da equipe brasileira no Polaris 20. Ele conseguiu as duas finalizações que garantiram a vitória do time sobre o Estados Unidos.
Em bate-papo com a equipe do GRACIEMAG.com, Mica Galvão revelou como pretende se consagrar o campeão mais jovem da história do ADCC, e relatou como lida com o sucesso desde jovem.
GRACIEMAG: Quais foram as diferenças mais notáveis no camp para o ADCC em relação aos demais campeonatos?
MICA GALVÃO: O ADCC é um grande palco onde todas as inúmeras modalidades de grappling se reúnem, mesmo assim o nosso treinamento continua o mesmo. A preparação, obviamente, tem sido muito focada neste evento e estamos ajustando os detalhes para quais individualidades necessitemos no decorrer das lutas. Como por exemplo, o wrestling e as chaves de perna, que são mais recorrentes no Nogi.
Logo no seu primeiro ano na faixa-preta, você se tornou o campeão mundial mais jovem da história. O que representaria para você ser o campeão mais novo da história do ADCC?
Seria mais um momento na construção da minha história, mas também um grande passo para a construção de um legado. Isto é algo que almejo desde pequeno. Acredito que muitas pessoas possam a vir se inspirar graças a minha atuação e que possam também fazer a diferença, mesmo sem muitos recursos ou saindo de um local menos expressivo, assim como nós, que viemos do Amazonas.
Mesmo aos 18 anos, você já se tornou campeão mundial na faixa-preta e venceu lutadores muito mais experientes do que você. Como aprendeu a lidar com esse sucesso?
Acredito que ainda tenho muito caminho pela frente e isso mantém a minha cabeça e pés no chão. Também dou totais créditos da pessoa que sou hoje aos meus pais, que me criaram desde pequeno no caminho de Deus. Sempre me educaram, deram amor e cuidados. também sou grato às pessoas que hoje levo como mentores, mas que conheci mais tarde em minha vida. Então o sucesso que tive é apenas consequência e não me faz diferente da pessoa que está ao lado de fora assistindo.
Qual é o ponto mais forte do seu jogo de Jiu-Jitsu sem kimono?
Acredito que meu estilo de jogo finalizador e ofensivo, além da questão de ter uma grande desenvoltura e lutar muito livre. Esses fatores me tornam um atleta imprevisível, mas todos nós temos os nossos pontos fortes.
Quais são os maiores perigos que o Alan Sanchez tem a te oferecer no WNO?
O Alan é um atleta duríssimo, que chegou nas quartas de finais de duas das seletivas mais lotadas do ADCC, as dos Estados Unidos. Ele já lutou com diversos atletas renomados no exterior e tem um jogo bem embolado. Então o perigo que ele me oferece é o que toda e qualquer luta me ofereceria. Lutas nunca podem ser especuladas, temos os favoritos, mas tudo pode acontecer no tatame.
Você pretende se manter ativo nos eventos de grappling mesmo depois da realização do ADCC?
Certamente. Ainda tenho 18 anos e tenho mais muitos anos de trabalho pela frente se Deus me permitir. Também terei muitas experiências nas competições.
Afinal, o que podemos esperar o Mica no ADCC 2022, em setembro?
Apenas a minha melhor versão, afinal estamos falando do maior evento de grappling do mundo. Vou chegar lá com tudo e espero ter a melhor exibição possível.