Exímia guardeira, a faixa-preta Michelle Nicolini conquistou mais uma medalha de ouro no Europeu de Jiu-Jitsu – jogando por cima, desta vez.
A atleta da Checkmat bateu um papo com GRACIEMAG sobre o título da IBJJF conquistado no último domingo, 25 de janeiro, analisou a virada contra Mackenzie Dern, na final do peso-pena, e disse qual foi sua maior alegria em Lisboa.
GRACIEMAG: Vamos ao que interessa: como foi virar essa luta conta a Mackenzie nos últimos instantes?
MICHELLE NICOLINI: Na minha mente começou a passar a cena de uma outra luta, a que eu havia assistido minutos antes. Um amigo meu estava lutando, perdendo, e brigou até o final. Mesmo sem vencer, ele deu tudo o que tinha sem desistir, e por vezes isso vale mais que ouro. Eu sabia que a posição por cima em que eu me encontrava, contra a Mackenzie, era boa para mim. Eu só precisava botar mais pressão. O problema é que a Mackenzie se mexe muito, então levei um tempo para conseguir passar. Mas sabia que não podia desistir, dei a blitz e consegui os três pontos, e a vitória.
Sentiu-se bem jogando por cima?
Sim, não estou tendo muita escolha. Nas minhas duas lutas, ambas as oponentes me chamaram para a guarda antes. Contra a Mackenzie foi legal, ela é uma ótima lutadora e senti ela muito bem neste Europeu. Para passar não foi fácil, usei um detalhe que gosto muito e funciona: quando ela me bloqueava de um lado, dei um salto e passei para o outro.
Pensa em voltar a lutar o absoluto?
Sim, fiquei fora desta vez porque estava baixando peso. Ganhei uns quilos para o evento Polaris e precisei baixar novamente para o Europeu de Jiu-Jitsu. Como já não sou mais menina, fica tudo mais difícil (risos).
Qual foi a maior alegria e a maior lição aprendida nesse campeonato?
A alegria foi quando a Checkmat foi campeã no geral feminino! (A equipe ficou com 45 pontos, contra 38 da Alliance, e 36 da Gracie Barra). O que eu aprendi mais uma vez foi que, com foco, tudo vale a pena. Eu me preparei dessa vez fora de casa, em vez dos treinos na THFC Santos, treinei na minha segunda casa, na London Fight Factory. Entendi que com dedicação vale o sacrifício. O pessoal lá na Inglaterra me ajudou muito, senti meu jogo muito seguro treinando com eles e levei isso para ser campeã em Lisboa.