Na noite da última terça-feira, antevéspera do Mundial 2013, o faixa-preta Otávio Sousa foi o último a deixar a academia Gracie Barra em Irvine, deixando apenas o pessoal da faxina por lá.
Não se tratava de um último treininho para enfrentar as pedreiras do Mundial no fim de semana, mas sim de mais uma aula para faixas-brancas e azuis na escola. Com o olhar meio perdido já antecipando a guerra na Pirâmide, Otávio repassou com os iniciantes ótimas posições de defesa de cem-quilos, o conceito de esgrimada, finalizações nas costas.
Uma prova de que a glória não muda a rotina do pernambucano, que trabalha cerca de cinco horas por dia apenas ensinando a categoria de base da equipe, sem perder o sorriso.
Nas horas vagas, o pupilo de José Olimpio “Zé Radiola” vira bicho e enfrenta cinco dos melhores pesos médios do mundo em sequência, como Davi Ramos, Vitor Henrique Oliveira e Claudio Calasans, e volta para casa com a medalha de ouro. Exatamente como ele fez em 2012, aliás.
Na segunda-feira, 9h da matina, horas depois de raspar Calasans duas vezes e vencer por 4 a 2 na final e conquistar o bicampeonato, o disciplinado Otávio estava dando aulinha novamente na Gracie Barra. Agora com o olhar satisfeito de quem, no dia anterior, cumpriu mais uma missão.