Rafael Mendes já fez história no Mundial de Jiu-Jitsu de 2015, ao conquistar sua quinta medalha de ouro na divisão de pesos-penas. Nenhum outro atleta conseguiu tantos títulos nessa categoria, que é historicamente uma das mais difíceis do Jiu-Jitsu.
Enquanto a fera se prepara para mais uma investida ao pódio mundial em Long Beach, GRACIEMAG conseguiu um tempo na agenda do professor para saber como ele se mantém na ponta dos cascos. Ele ainda falou sobre seu ritmo de treinamento para encarar mais um desafio nos dias 4 e 5 de junho. Confira!
GRACIEMAG.com: Você está em busca de seu sexto título no faixa-preta peso-pena. Este ano, possíveis oponentes são Gianni Grippo, Marcio Andre, Samir Chantre, Mario Reis e Cobrinha. Eles influenciam em alguma forma o seu programa de treinamentos? Quão preparado você está para o Mundial em 2016 em comparação aos anos anteriores?
Rafael Mendes: Oponentes nunca influenciaram meus treinos. Minha preparação é sempre voltada a me colocar no máximo do meu potencial e ajustar possíveis erros no meu jogo. Eu acredito que a cada ano que passa eu me torno melhor e mais experiente. Agora é só questão de fazer tudo como o planejado no dia do torneio.
Você competiu em dois Opens recentemente (San Antonio e Vegas). Qual a importância de se testar num campeonato menor antes do Mundial?
Eu participei desses campeonatos para despejar um pouco da adrenalina dos treinos. Eu venho treinando duro desde janeiro, e chega um momento que você fica muito ansioso pelo dia do campeonato pelo qual você se prepara. Eu me escrevi e competi nos Opens para descarregar um pouco dessa energia e ver como eu estava me sentindo em luta.
Depois de cinco ouros mundiais na mesma divisão, o que te motiva a continuar competindo? Quais os desafios que fazem a chama continuar acesa por mais um título?
Quando eu comecei no Jiu-Jitsu, quando eu era garoto, meus pais tinham se separado e foi um momento complicado da minha vida. Eu vi o Jiu-Jitsu como uma chance de chegar ao máximo do meu potencial e transformar a minha vida e da minha família. Eu posso dizer que eu consegui. Eu não tinha meu próprio carro ou casa no Brasil. Me mudei para os EUA com 22 anos e agora eu vivo em Newport Beach e sou dono do meu próprio negócio. Minhas conquistas no Jiu-Jitsu geram renda para mim, minha família e outras pessoas que vivem próximas a nós. Eu tenho apenas 26 anos, mas conquistei o ouro em todas as faixas no Mundial, fui campeão do ADCC duas vezes e sou cinco vezes campeão mundial na faixa-preta. Eu não luto mais por resultados. O que me motiva hoje é o desejo de qual é o nível máximo que eu posso conseguir chegar no esporte. Hoje eu consegui encontrar o equilíbrio entre treinos, trabalho e família, e isso me faz mais feliz do que eu jamais fui.
Fique ligado em GRACIEMAG para mais detalhes e a cobertura completa do Mundial de Jiu-Jistu de 2016!