O Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu 2022 se prepara para agitar as arquibancadas e arredores da Pirâmide Walter em Long Beach, entre os dias 2 e 5 de junho. Na divisão feminina, a principal pergunta entre os torcedores é: a favoritaça Gabi Pessanha vai confirmar sua ótima fase e repetir o ouro absoluto, conquistado pela primeira vez no fim de 2021? Ou teremos uma nova rainha do Jiu-Jitsu?
No auge aos 22 anos, Pessanha começa a se tornar uma das atletas mais dominantes do século no esporte. A cria de Márcio de Deus na Infight da Cidade de Deus, no Rio, chega embalada ao charmoso ginásio da Universidade Estadual de Long Beach.
Em seu primeiro Campeonato Mundial como faixa-preta, em dezembro último, Gabi teve um desempenho irretocável e faturou o ouro duplo após bater a duríssima Yara Soares nas finais do superpesado e do absoluto.
O fenômeno conquistou ainda o ouro duplo no Europeu, Pan e recentemente no Brasileiro. O título no Mundial consagraria Gabrieli com o tão sonhado Grand Slam, apelido dado à honraria de vencer as quatro competições mais importantes da IBJJF.
Quem pode pará-la? O primeiro nome é de sua arquirrival, a casca-grossa Yara Soares. A representante da Dream Art já a derrotou por 6 a 4 na final do Brasileiro 2021, na categoria superpesado. Na decisão do absoluto, a fera se lesionou e viu Gabi ficar com o ouro.
Outras candidatas ao pódio são Ana Carolina Vieira, a Baby, e a sempre experiente Fernanda Mazzelli, tri mundial. Quem deve tentar surpreender no aberto também é a campeã brasileira peso leve, a elétrica Nathalie Ribeiro (Checkmat). Nathalie foi um dos destaques do Europeu, disputado em Roma, em fevereiro deste ano. Após o ouro na categoria, “Tata” se lançou no aberto e levou a medalha de bronze. Em seguida, manteve a ótima fase ao sagrar-se bicampeã do Pan, em abril. Ela bateu a talentosíssima Ffion Davis por 2 a 0 na final. Uma raspagem muito bem executada na guarda-aranha garantiu o ouro à arisca faixa-preta. Será ela a melhor peso leve do mundo hoje? Descobriremos até domingo.
A francesa Claire-France Thévenon é outro nome que pode agitar o absoluto. Faixa-preta de judô, a atleta da Panda Supa Crew teve boa performance no último Brasileiro e só foi parada na final do superpesado, por Gabi Pessanha. Dona de um jogo de quedas bem ajustado e uma passadora nata, Claire é candidata ao pódio.
Nas divisões de peso, diversas lutadoras buscam quebrar seus recordes pessoais e atingirem o panteão de lendas do esporte.
Ana Carolina, irmã do lendário Rodolfo Vieira, já é tetracampeã mundial na faixa-preta, e busca defender seu título no meio-pesado. Formidável passadora, ela no ano passado derrotou Elisabeth Clay na decisão dos árbitros, em duelo equilibrado. Neste ano, a brasileira terá novamente a rival texana na chave.
Entre as “levinhas”, as expectativas são enormes.
Um dos nomes mais festejados pelos torcedores não possui ainda uma medalha de ouro como faixa-preta. Multicampeã nas faixas coloridas, Bianca Basílio conquistou oito ouros em Campeonatos Brasileiros, nas últimas nove edições, mas em Mundiais ficou somente com duas pratas. Chegou a vez da ferinha, inscrita no peso-pena?
Faixa-preta bicampeã mundial, a duríssima Mayssa Bastos é a mulher a ser batida no peso-galo. A atleta da Unity Jiu-Jitsu quer voltar a distribuir finalizações entre as magrinhas, e quem sabe criar um domínio como Bruno Malfacine concretizou no masculino. Será capaz?
Essas e outras questões serão respondidas no início de junho.
E para você, fiel leitor? Que mulheres vão esbanjar habilidade e conquistar o mundo em 2022? Faça suas apostas…