Após o campeonato da IBJJF do último dia 5, Michelle Nicolini termina a temporada como campeã mundial com kimono e absoluta sem kimono. O que mais ela pode querer? Confira abaixo, na entrevista concedida a Carlos Ozório.
Para saber mais sobre o Jiu-Jitsu feminino e Nicolini, corra até as bancas, que esta nova GRACIEMAG promete acabar rápido!
O que foi mais difícil nesse Mundial Sem Kimono?
Viajei muito próximo da competição, e achei que o cansaço pudesse me atrapalhar, mas no fim deu tudo certo. Na final da categoria, a estratégia e a postura inicial da Nyjah Easton me pegaram de supresa. Ela me puxou com muita velocidade para a guarda, mas felizmente consegui trabalhar dali, sair e chegar a uma posição muito boa. Fiquei tensa também para a final do absoluto, porque a Bia (Mesquita) é uma das lutadoras mais técnicas da nova geração e ainda tem a Letícia Ribeiro do lado de fora, ali com ela (risos).
E o título geral da sua equipe, a CheckMat, deveu-se a quê?
A CheckMat foi campeã mundial sem kimono em 2008, 2009, 2011 e vice em 2010. Então os resultados mostram que a CheckMat é hoje a melhor equipe sem kimono do mundo. Com muito trabalho, melhoramos a cada ano, chegando em mais finais na faixa-preta e nas outras faixas. Este ano conquistamos o Master & Senior também. Nosso objetivo para os próximos anos é chegar ao título feminino.
Como você analisa o Jiu-Jitsu feminino atualmente? Estão surgindo novos valores, o panorama está mudando?
O Jiu-Jitsu feminino está num ótimo momento, muitas atletas de alto nível técnico, um maior número de competições e de lutadoras. E sim, tem uma nova geração bem técnica também. O que vejo particularmente é que o número de solicitações de seminários aumentou para atletas do feminino, o que mostra que nossa técnica está sendo reconhcida pelo público do Jiu-Jitsu em geral. Há várias meninas chegando na faixa-preta com bons resultados em outras faixas. E acho que o fato de terem separado para o próximo ano as faixas-marrons das pretas parece ter animado a maioria das faixas-marrons, que devem aparecer em maior número nos torneios. Mas não sei se isso é uma reformulação exatamente, pois as novas atletas continuam seguindo os passos das mais tradicionais, e acho que vai ser assim por algum tempo ainda. Vejo atletas como a Leticia, Hannette, Kyra, Luanna, Gabi, eu, sempre viajando, difundindo o Jiu-Jitsu. Não estamos passando o bastão ainda.
Qual seu objetivo agora? Você vai lutar novamente MMA?
Meu foco é ser campeã sempre, no torneio que tiver. Na temporada 2012 a responsabilidade será maior, pois tive um 2011 muito bom. Agora tenho de corrigir alguns detalhes para ter um 2012 melhor ainda, o que, na verdade, torna meu desafio maior. Mas isso é o que me motiva a continuar competindo no Jiu-Jitsu, o desafio, a adrenalina, a superação dos limites. Estarei na seletiva de Abu Dhabi em Manaus, depois o Europeu da IBJJF, Pan, Brasileiro e Mundial. Pretendo fazer mais uma luta de MMA em junho do ano que vem. Está longe, porque sempre priorizo o Jiu-Jitsu, mas até lá dá para eu ir treinando meu stand up.