Campeão meio-médio de MMA na África do Sul, Ronald Dlamini, o “Black Mamba”, fez história na modalidade ao se tornar o primeiro negro dono de um cinturão da modalidade no país, mas seu maior feito na vida ainda estaria por vir.
Como nas histórias de filme, sua trajetória no esporte mudaria radicalmente, em meados de 2012. Após lutar na Nova Zelândia e sair vitorioso, Ronaldo sentiu fortes dores de cabeça e foi diagnosticado com meningite. Após ficar dez dias em coma por conta da complicação médica, o Black Mamba acordou, mas sua visão havia o deixado.
Depois do baque, Ronald usou a força mental adquirida no esporte para superar a adversidade. Voltou a estudar, conheceu pessoas novas e começou a ouvir histórias de outros cegos que passavam por dificuldades por conta da condição. Alvos de violências, como roubos e estupros, os deficientes visuais não tinham muitas opções para se defender, até que Dlamini entrou em cena.
“Quando você é cego é preciso se concentrar no que você consegue ouvir, cheirar e tocar”, disse Ronald Dlamini. “O foco deve estar no que você pode fazer, e não no que não pode.”
Hoje, sua missão é ensinar defesa pessoal para deficientes visuais como ele, usando técnicas de luta em pé e Jiu-Jitsu, que aprendeu no MMA, e também iniciar outros atletas no esporte. As limitações são mínimas, e os outros sentidos indicam a melhor maneira de agir. Ouvir os passos indica a posição do oponente. O toque mostra onde ele está, como golpear e levar a luta para o solo, e a respiração indica quando o inimigo está cansado e suscetível a ser finalizado. “Ser cego não pode te impedir de ser bem-sucedido”, conclui Ronaldo Dlamini.
E você, amigo leitor, como superou as dificuldades da vida com a ajuda do Jiu-Jitsu e das artes marciais? Divida conosco nos comentários!