Nosso GMI Rodrigo Cavaca, faixa-preta líder da Zenith Jiu-Jitsu, opinou sobre como a liberação das chaves de joelho pela IBJJF, nos torneios de Jiu-Jitsu sem kimono, mexe com o cenário do esporte e das academias. Confira nas linhas abaixo um trecho da entrevista, que saiu na revista GRACIEMAG #276, e para ler o papo na íntegra assine agora a nossa edição digital. Oss!
GRACIEMAG: Como você viu a modernização das regras do Jiu-Jitsu sem kimono pela IBJJF, com a liberação das chaves de calcanhar e joelho nas lutas entre faixas-pretas?
RODRIGO CAVACA: Com muito bons olhos. Para mim isso é parte da evolução natural e desejada para o esporte, e a IBJJF está mais uma vez mostrando o quanto está alinhada com o crescimento do Jiu-Jitsu. Creio que a partir de agora todos vão aprender novas técnicas, e o esporte vai evoluir mais. E veremos campeões mundiais verdadeiramente completos, pois só faltava esse aspecto técnico para a maioria, isto é, um aperfeiçoamento nos ataques de pés e pernas. Na minha visão, em pouco tempo os craques do Jiu-Jitsu estarão todos dominando as técnicas, de defesa e ataque, e não deixando mais as medalhas escaparem para lutadores que só atacam chave de calcanhar.
A IBJJF sempre conta com os principais líderes de academias. Como foi esse processo democrático de mexer nas regras?
Se não me engano, todos votamos a favor das novas regras, após bastante conversas e reuniões virtuais ou presenciais. Eu e alguns líderes de equipe sempre acabamos participando indiretamente das decisões da federação. Creio que todos concordaram que essa mudança inovadora vem para o nosso próprio bem, para o desenvolvimento do Jiu-Jitsu como um todo.
Uma mexida nas regras mexe com o dia a dia nas academias ao redor do planeta?
Olha, acho que todos estão sempre tendo de se adaptar, estudar muito para acompanhar o desenvolvimento do esporte. É normal. Se surge um novo estilo de guarda, por exemplo, o instrutor tem de estar conectado. Mas esse é o papel do líder e do professor. Não pode reclamar e ter preconceito jamais, o caminho é se capacitar para acompanhar a onda. Regras e costumes sempre estarão se ajustando com o passar dos anos, isso é evolução, nunca pode parar. Acho que não existe regra perfeita e imutável, e nunca vai existir – ainda mais no Jiu-Jitsu que é uma arte marcial infinita.