Ele conquistou todos os troféus possíveis no seu esporte, e não bastasse, é um grande fã de Rickson e da família Gracie.
Bernardinho Rezende, de 51 anos, treinador há 20, dono de mais de 30 títulos importantes no voleibol, recebe até 35 mil reais por palestras, cujo tema é quase sempre o mesmo: estratégias e táticas para ser um supercampeão.
Em entrevista recente à repórter Milly Lacombe, na revista “Gol”, o técnico da seleção brasileira ensinou como faz para viver da sua paixão, o vôlei, e enumerou alguns tópicos importantes para quem ser bem-sucedido nos treinos e competições. GRACIEMAG.com compilou os melhores. Confira, reflita, e dedique-se.
Erros:
“Errar é fundamental. Mas na hora do grande erro você só pensa: ‘Pô, isso é muito ruim’. Você não consegue ver coisa boa e se tortura muito até ir em busca de um novo caminho. Quando você erra, você se questiona, e o questionamento gera mudança, mudança gera crescimento e crescimento gera satisfação. Só não erra quem não tenta fazer. Tem um monte de gente aí que não erra porque não faz. Eles só comentam o que os outros fazem. Num primeiro momento, quando erramos, vamos parar num lugar miserável, cheio de frustração. Só depois é que conseguimos sair disso.
Superação da má fase:
Para sair disso é preciso assumir a responsabilidade. No Brasil, culturalmente, as pessoas assumem pouco. “Foi o governo que não fez”, “o adversário era melhor”. A responsabilidade é sempre do outro. Se você não assume, nunca vai entender por que errou nem se corrigir.
Zona de conforto:
O desconforto faz parte da minha vida permanentemente. Se me sinto confortável, isso é um desconforto. Mas é o desconforto que me faz seguir. Não pode relaxar. Tento manter os jogadores com essa corda esticada. Quem não se sentir à vontade sob pressão não pode estar na seleção. Dificilmente fico numa zona de conforto absoluta. Quando está bom demais eu me preocupo, tem alguma coisa errada. Eu não sou tão bom assim, não pode ser tão simples assim. O relaxamento não é bem-vindo.
Fama:
Tenho duas sensações com o reconhecimento público e o carinho dos fãs. A primeira é quase um orgulho. Eu vejo e penso: “Legal, fizemos uma coisa bacana”. Mas aí vou pra casa e penso: “Não posso decepcionar essas pessoas”.