Entre as inúmeras feras do pano que estarão presentes no campeonato Europeu de Jiu-Jitsu, organizado pela IBJJF, a força e união das equipes será sempre o destaque.
Essa é a opinião de Alex Machado, faixa-preta de Carlos Gracie Jr. Para o líder da Gracie Barra Lisboa, nada mais importante do que a união da equipe.
“Neste ano acho que o foco de interesse não será um ou outro título individual, mas sim o título de equipes. Há várias equipes bastante empenhadas e jogando muitos trunfos para ganhar esse título, é tudo uma questão de estratégia e sorte”, afirma Machado, na entrevista que você confere a seguir:
Alex e Carlos Gracie Jr. Foto: Arquivo pessoal
Como estão os preparativos da Gracie Barra Lisboa para o Europeu?
A preparação na verdade acontece ao longo do ano de uma forma contínua. Devido ao tamanho da minha equipe e ao fato de haver sete filiais na nossa rede de academias em Portugal e Inglaterra, os nossos alunos têm muito treino e muitos estímulos à sua evolução.
De resto o que eu ensino aos meus alunos e instrutores é o Jiu-Jitsu que me foi ensinado pelo meu mestre Carlos Gracie Jr. Esse tem sido o segredo do nosso sucesso. Queria só salientar que neste verão vamos abrir mais uma filial na Califórnia, a Gracie Barra San Pedro e outra em Portugal, a Gracie Barra Cascais.
Que novidades o Europeu de 2010 deve apresentar?
Existe uma diferença absurda desde o primeiro Europeu, que eram algumas centenas de atletas, para a realidade atual. Hoje em dia o Europeu é por enquanto a terceira maior prova do mundo, mas tenho a certeza que com o tempo isso vai mudar, vai crescer ainda mais.
Este ano acho que o foco de interesse não vai ser um ou outro título individual, mas sim o título de equipes. Há várias equipes bastante empenhadas e jogando muitos trunfos para ganhar esse título, é tudo uma questão de estratégia e sorte.
Cada vez mais o título geral ganha uma importância maior no mundo em que as academias estão se tornando maiores e trazendo para a sua gestão modelos empresariais de estratégia financeira e expansão. A vitória é sempre o resultado do esforço de vários e nunca só de um. Quando uma equipe ganha na geral todos ganham com isso em todas as filiais do mundo. É a melhor publicidade que existe. Todos querem fazer parte desse sucesso e na verdade fazem.
Quem são os destaques da GB Lisboa para o evento?
Tenho o meu aluno de longa data Pedro Rodrigues, que foi o meu primeiro faixa-preta, que vai estar na disputa, fazendo a sua estreia na preta. Ele já foi campeão europeu e medalhou várias vezes no campeonato.
Ainda na faixa-preta tenho o Navajo e o Pakiss, que ainda não estão confirmados, mas que também já medalharam no Europeu. Na marrom tenho também os meus alunos de longa data, o Hadriel, o Handre Peters, o João Fernandes e o Vandamme, todos eles ou foram campeões ou medalharam no Europeu.
Você vai competir?
Sim, graças a Deus. Já ganhei alguns e medalhei noutros, vou tentar manter a escrita. Não devia competir, mas vou. Estou há já dois anos lutando contra uma lesão grave e crônica no joelho que fiz no Mundial No-Gi na Califórnia. O ano passado na primeira luta que fiz no Europeu a lesão agravou, na semifinal com mestre Fabio Gurgel. Meu joelho cedeu, depois de me defender de uma tentativa de queda. Eu devia ter parado a luta na hora, mas decidi continuar e agravei a lesão.
Estive este ano todo sem competir, tentando recuperar da lesão e fugir da cirurgia. Vou ter que operar mesmo em fevereiro, por isso mal por mal, já que é para operar decidi arriscar e entrar em mais esse.
Alex dando um rola de prestígio com Carcará. Foto: Arquivo Pessoal.
Tenho treinado aqui em Cambridge com o pessoal que está aqui perto de mim, como Braulio Estima, da GB Birmingham, que tem dado um grande apoio, e com o meu aluno Pedro Rodrigues da GB Petersburg. Estou me sentindo bem e lá estarei para ajudar a Gracie Barra a vencer.
