Paulo Filho está com a cabeça a mil. Com o pai no hospital se recuperando de um quadro médico típico de séries de ficção, o faixa-preta de Carlson Gracie mesmo assim confirmou a luta contra Gustavo Ximu, faixa-preta da Gracie Barra, no Fatality Arena, dia 14 de maio, como noticiado pelo Sherdog.com hoje.
“Meu pai está no hospital há dois meses, fazendo hemodiálise dia sim dia não. Primeiro ele enfartou, depois minha mãe teve um enfarte. Os médicos então lhe deram dipirona, sem checar que meu pai era alérgico. O resultado foi que o coração dele parou por 20 minutos, mas ele está aí, firme e forte, indo para casa em alguns dias se Deus quiser”, conta Paulão.
“Minha vida então está num momento difícil, mas eu não tenho condições de recusar luta. Parece que o desafio partiu do Ximu, então vai ser um prazer danado bater nele em Niterói”, empolgou-se o lutador, lembrando que os dois tinham problemas desde a época da luta de submission entre Paulo e Cacareco, em 2002. “Mas depois ficamos na boa. Só que agora ele pediu para lutar comigo, então é pessoal de novo. Assim é bom que fica mais gostoso. Vou bater nele de verdade até botar para dormir. Não desmereço o Ximu como atleta de forma nenhuma, mas agora estou adorando. Posso não ter o gás de antes, mas medo eu não tenho de ninguém, pode ser quem for. Se me ligarem oferecendo uma luta com Fedor Emelianenko, eu encaro”.
Com essa motivação toda, Paulão diz que o público nem precisa de outros ingredientes para se interessar pela luta.
“Ele é da Gracie Barra e eu do Carlson sim, mas não vejo a luta por aí. Estou indo lutar contra o Ximu do muay thai, mesmo porque ele não vai me puxar para a guarda, vai? Sou eternamente grato a toda família Gracie pelo que eu fui e sou, então não quero essa rivalidade com a academia do Carlinhos”, acrescenta ele, que ainda tem lutas marcadas para o dia 19 de março e 29 de abril, contra Ronys Marques (Kimura).
Paulão conclui analisando sua forma.
“Motivado como há seis anos não estou, se eu falar que sim estaria mentindo. Já acabo de treinar e fico querendo estar em outro lugar, mas vamos lá. Vou enfrentar paradas duríssimas, então é bom estar treinado. Perdi dois anos de forma física e técnica, fiquei um pouco pra trás, mas quero voltar a ligar o automático e deixar o Jiu-Jitsu fluir, como por exemplo na minha luta contra o Murilo Ninja. E para isso tem que estar com fôlego. Minha preocupação então é a parte física, não técnica. Quero mostrar um bom Jiu-Jitsu no ringue, assim como pessoal tem feito no UFC, como Demian, o Sotiropoulos e o Charles do Bronx. Esses caras são feras, não são como outros que vão para lá e esquecem do Jiu-Jitsu. Vão para os EUA, não aprendem o inglês e esquecem o português, então ficam mudos no Octagon”.