Por dentro da mente de um supercampeão olímpico

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Dono de oito medalhas de ouro olímpicas e recordista dos cem metros rasos, o raio Usain Bolt já distribuiu diversos ensinamentos para nossos leitores, nas páginas de GRACIEMAG.

Na edição #187, nossa equipe se questionou: afinal, como funciona a mente de um supercampeão olímpico?

No clima de Tóquio-2020, relembre o instrutivo artigo, a seguir.

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Usain Bolt nas Olimpíadas de Pequim-2008. Foto: Wikipedia

 

Concentração. Silêncio. Seriedade. Mente fixa no movimento a ser realizados. Para Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo, nada disso é fundamental nos instantes que antecedem uma grande final.

Após conquistar três medalhas olímpicas em Londres-2012, o jamaicano Usain Bolt detalhou a Nick Harper, repórter da revista britânica “Sport”, como sua mente trabalha nos momentos de grande pressão. Selecionamos as melhores lições a seguir:

* Como afugentar o medo de competir

Certa vez na Jamaica, em 2002, Usain St Leo Bolt apareceu para correr com tanto medo que prometeu jamais deixar tal sentimento dominá-lo novamente. Criou então uma fórmula simples, que usa desde sempre e consiste em três pontos: 1) Não pense sobre a corrida. 2) Finja que isso não está acontecendo. 3) Vá ao Ponto 1 e repita.

* A arte de se concentrar

Os instantes que antecedem o duelo final podem ser de uma pressão asfixiante, em especial nos minutos finais onde os atletas aguardam juntos para ir até a pista. Para Bolt, o melhor é afastar da mente pensamentos sobre o que está para vir: “Lá nos bastidores antes da prova, vão ter caras querendo ficar calados e concentrados, e caras querendo falar. Prefiro falar, então vou conversar com os colegas do Caribe que eu conheço, caras que me dou bem. Vamos ficar lá falando de música, de carro… Qualquer coisa que tire a mente da corrida”, explica.

* Sem motivo para cara feia

Intimidações, comuns no MMA e no esporte de alto nível em geral, não têm vez para Bolt. O recordista olímpico dos cem metros rasos jamais usa de encaradas ou cara de mau: “Por que eu precisaria disso? Você não precisa brincar de jogos mentais se sabe que pode vencer o oponente ou os oponentes todos ali. Não preciso desses jogos mentais, eu fico apenas relaxado e faço o que sei fazer”, resume Bolt. Autoconfiança e autoconhecimento, lembra? Pois é o que basta.

* A arte de executar sem pensar

O ídolo jamaicano garante que sua mente só volta a se fixar no treinamento e no que deve fazer quando escuta “Em suas marcas…”. Zen demais? Para Bolt, isso é apenas natural para quem treina algo repetidamente, por tantos anos e com tanto afinco: “Quando você treina, o objetivo do treinamento é levar suas técnicas a um ponto que seja apenas rotina. Você treina para que aquilo tudo se torne natural, o seu pé a dez centímentros do chão naquele momento, meio centímetro ali adiante e por aí vai. Você treina para que isto entre no seu corpo de vez, para que a execução da técnica seja tão natural quanto acordar às seis da manhã e ir ao banheir. Treino é isso basicamente – acostumar o corpo a fazer algumas coisas com naturalidade. Eu treino duro para que, quando estiver numa corrida – qualquer corrida – minha mente seja automaticamente ligada no que eu preciso fazer, na hora que precisar. Então, na hora da largada, dá um clique e aquilo tudo acende: tenho de correr agora, vamos lá! E então, tudo aquilo que você praticou simplesmente se une e acontece”.

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