Em entrevista para as páginas de GRACIEMAG, o rei absoluto mundial sem kimono Gordon Ryan encarou perguntas cabulosas, feitas por nossa equipe e por leitores, muitos deles críticos à postura faladora do lutador americano. Sem fugir de nenhuma, Gordon esclareceu como treina, o que pensa quando luta e como vê seus rivais.
Confira um trecho da entrevista, feita pelo repórter Marcelo Dunlop, e assine GRACIEMAG para ler todo o artigo.
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GRACIEMAG: Quem é o seu maior rival hoje?
GORDON RYAN: Meu maior rival hoje eu diria que é o Felipe Pena (Preguiça), com certeza. Ele é a única pessoa que me venceu de fato por duas vezes na faixa-preta. Creio que na nossa primeira luta todas as tentativas de finalização foram praticamente minhas, durante os 40 minutos de disputa. Até que, claro, ele cravou aquela linda catada de costas quando eu tentava o ashi garami. Na segunda luta, sinto que eu ditei o ritmo da luta 100%, até que ele obteve a mesma pegada de costas, com menos de dois minutos para o fim. Felipe provavelmente será o único cara competitivo contra mim sem o kimono. Ele é provavelmente um dos poucos caras que tem jogo para disputar comigo em qualquer regra, em qualquer formato de luta.
Que conceito do treinador John Danaher mudou sua vida no Jiu-Jitsu?
Danaher enxerga o esporte de uma maneira completamente diferente do que qualquer outra pessoa. Todo mundo tem “seus movimentos favoritos”, onde colocam você em suas posições de ataque preferidas e usam seus movimentos/truques prediletos de lá. Mas, se você olhar para muitos desses faixas-pretas de nível mundial, depois que você os tira da zona de conforto e os coloca numa posição a que não estão acostumados, eles não sabem muito o que fazer. Então, toda abordagem de John em relação ao Jiu-Jitsu é baseado numa série de sistemas projetados para por esses caras em posições nas quais eles não estão acostumados – e que são as mesmas posições em que vivemos treinando diariamente. Com essa abordagem, fomos facilmente capazes de, em menos de cinco anos, superar atletas de nível mundial que já eram campeões na faixa-preta quando a gente nem treinava Jiu-Jitsu.
O que aprendeu na final do absoluto no Mundial Sem Kimono 2018, contra Yuri Simões?
A final com o Yuri foi meio decepcionante. Eu tinha vencido ele por 11 a 0 no início do dia, e já tinha lutado contra ele e o finalizado duas vezes antes disso, na prorrogação do EBI e no Kasai. Pensei portanto que seria capaz de finalizá-lo de novo. Mas ele conseguiu fazer alguns bons ajustes para travar melhor a luta nas finais. Se houve algo a aprender, foi que brasileiros ficam muito bravos quando os árbitros não lhes dão as vantagens e as exigências que fazem (risos). Se o Yuri tivesse vencido por vantagens todos os “haters” da internet diriam eu sou uma porcaria. Mas quando eu obtive minha vantagem todos os brasileiros no torneio estavam chorando que os árbitros roubaram o Yuri. Eu pergunto: quando na história dos campeonatos um juiz roubou para um americano contra um brasileiro? Literalmente nunca. Talvez eu tenha apenas vencido aquela luta? Será possível aceitar que um gringo é mesmo bom nesse esporte?