Não foi nem uma boa briga, mas os dois estudantes protagonizaram um dos vídeos mais assistidos do mês no planeta. O ataque sofrido e revidado pelo australiano Casey Heynes contra Ritchard Gale trouxe à tona a intercultural e persistente questão do bullying – a intimidação de valentões, especialmente nos colégios.
O bullying é tão corriqueiro e persistente que Rener Gracie apresentou, há poucos meses e com grande repercussão, um projeto antibulllying no programa da apresentadora americana Oprah Winfrey. O Jiu-Jitsu, de fato, apresenta-se como uma excelente ferramenta para combater esta triste prática, que aflige crianças e adolescentes do mundo todo, podendo levá-los, inclusive, ao suicídio.
Mas quem é o grande vilão? Acreditem, não existem vilões nesta história. Posso afirmar isso, pois fui vítima dessa prática quando criança, e tenho plena consciência de que o agressor também é uma vítima da (natural) agressividade humana mal direcionada. Tenho também acompanhado casos na rede escolar de Abu Dhabi, nos Emirados, onde ministramos aulas de Jiu-Jitsu.
É natural sermos agressivos, por isso o Jiu-Jitsu é importante para todas as crianças, pois controla a agressividade dos mais descontrolados e estimula a competição nos mais passivos. Crianças precisam de estímulos positivos e de controle disciplinar, elementos intrínsecos à arte suave.
O menino Ritchard Gale hoje está sofrendo com um bullying tão cruel quanto o por ele perpetrado, pois sofre com o assédio que a internet possibilita. Cabe a nós possibilitarmos mais acesso ao Jiu-Jitsu para que casos como esse sejam cada vez mais raros. E para que meninos só se confrontem, encorajados por um respeito mútuo, nos dojôs.