“O melhor lutador de Jiu-Jitsu entre todos é aquele que mais se diverte em cima de um tatame”, ensina mestre Renzo Gracie. De fato, se você não tem prazer em vestir seu kimono, pode ser o mais forte e habilidoso de todos, mas dificilmente você será o melhor. Uma lição tão simples quanto poderosa: só o amor pelo ofício pode trazer a perfeição. E isso fica evidente logo nos instantes iniciais do vídeo que vamos estudar hoje. Num clima descontraído e animado, Renzo cativa a atenção dos alunos antes de explicar os segredos para a pegada perfeita quando tentamos estrangular um oponente.
Renzo chama atenção para a importância do domínio correto da primeira mão que avança contra a gola do oponente. Se o encaixe não estiver certo e devidamente aprofundado, nem vale a pena dar continuidade ao golpe, afinal, o adversário vai conseguir fazer postura e resistir ao arrocho com facilidade, enquanto você vai desperdiçar energia e força, sem contar o desgaste das pegadas.
“Muitos lutadores têm o hábito de puxar a lapela do paletó do adversário, achando que assim a outra mão vai entrar com facilidade e de forma aprofundada, rente ao pescoço do adversário”, comenta Renzo. “Eu recomendo o contrário. Em vez de puxar a lapela, eu empurro a lapela para o lado, abrindo um amplo espaço para a outra mão entrar”.
É dessa forma que Renzo consegue alcançar a pegada perfeita. A partir desse poderoso domínio, o Gracie garante: “Não importa onde a segunda mão vai catar o kimono do oponente. Por pior que seja a pegada da segunda mão, o estrangulamento será eficiente. O que realmente importa é a perfeição do primeiro domínio”.
A partir de agora, recorra a esse ensinamento na hora de arriscar um estrangulamento nos treinos e assim refine os ajustes do seu “torniquete”. Renzo lembra que essa lógica funciona em qualquer situação, não precisa ser apenas na guarda fechada. “Busque a pegada perfeita com a primeira mão sempre que for estrangular, esteja você na montada, na meia-guarda, com o joelho na barriga… Você vai perceber rapidamente que a sua capacidade de finalização será muito maior”, conclui o mestre, um dos precursores da transição do vale-tudo clássico para o MMA moderno, e bicampeão do ADCC.