Dos EUA ao Brasil, o craque Roberto Cyborg conseguiu fechar o seu ciclo dos sonhos no camp para o BJJBET. O jovem veterano de 39 anos, que fez a luta principal do evento contra Kaynan Duarte, se preparou em Miami e Campo Grande, para em seguida lutar em São Paulo, finalizar, e comemorar a vitória no Pantanal, visitando também as cidade de Miranda e Bonito.
GRACIEMAG esteve com Cyborg em São Paulo e após o seu sucesso viajou com a fera, e os amigos do BJJFlix, para Campo Grande, e pode acompanhar de perto a “volta olímpica” do pantaneiro em sua terra natal. Entre visita aos parentes, encaradas com jacarés e mergulhos nos picos paradisíacos do Pantanal, o faixa-preta separou alguns minutos e vibrou com suas conquistas recentes, sem deixar de colocar um alvo fixo na sua próxima meta: o Mundial de Jiu-Jitsu da IBJJF.
“É o único título que me falta. Tenho vários mundiais sem kimono, o absoluto no ADCC, títulos no Abu Dhabi World Pro, então não posso deixar minha carreira acabar sem buscar esse também.”
Confira a entrevista nas linhas abaixo!
GRACIEMAG: Como que a energia do Pantanal te coloca em melhor forma para competir?
ROBERTO CYBORG: Já lutei bastante esse ano. Passamos por muita coisa já. Mas sabia eu estava preparado. Precisava botar minha cabeça e minha alma no lugar. Era um desafio que eu queria muito, desde o ADCC 2019, acredito que eu ter feito aquela final com o Kaynan, infelizmente não veio, então agora nós lutamos e foi como o esperado. Precisava vir para cá e recarregar as energias. A confiança estava a mil quando eu saí de Campo Grande, com toda a vibe da minha terra. Os treinos foram demais. O que eu treinei na academia eu sabia que ia acontecer na luta. Foi quase uma premonição. Antes de viajar para o BJJBET eu falei pros alunos que tinha melhorado muito meus ataques de finalização nas pernas, principalmente no calcanhar, e que a chance do Kaynan me botar naquela posição que é forte dele poderia me dar uma brecha para surpreender. Eu pude antecipar o movimento dele e sair não só com a vitória mas com a finalização da noite ao aplicar a chave de calcanhar invertida. A energia e o momentos vividos no Pantanal puderam se traduzir em vitória. Gratificante demais.
Quais outros fatores influenciaram na vitória sobre o Kaynan no BJJBET?
A experiência aliada ao lastro físico fizeram a diferença. Acho que nunca me senti tão bem preparado, estou num momento muito bom, acho que estou na minha melhor fase. Isso sem falar no reflexo e explosão, isso tudo conciliou para que eu pudesse tirar melhor proveito da posição e sair com a vitória. Disse antes da luta que entraria tal qual um sniper, só daria o tiro para finalizar e foi exatamente o que aconteceu. Precisei apenas de uma chance para atacar e aos quatro minutos dei o bote vencedor. Contudo, mais importante que ser campeão são as oportunidades que as vitórias nos dão. Minha missão é maior que ter o braço levantado, e sim levar outras mensagens para a comunidade esportiva. Estamos em um momento difícil, as pessoas estão muito desacreditadas, e se com a minha vitória eu puder trazer uma palavra de superação e esperança, já valeu demais. Fiquei emocionado depois da luta porque eu acredito nessa missão. Recebi inúmeras mensagens de pessoas falando que se sentiram motivadas ao me ver lutando e vencendo, por conta da minha idade inclusive. Lutar e vencer e um presente de Deus, e sou eternamente grato por isso.
Aos 39 anos, competindo em alto nível e vencendo os melhores da atualidade, o que falta para o Cyborg?
Não sabemos quando vai ser o Mundial por conta da pandemia, mas estamos com uma equipe de treino muito forte de kimono e o pessoal tem posto muita pilha para que eu lute. Estou muito focado no sem kimono, mas eu acho que tem gasolina para mais um Mundial de pano sim. É o único título que me falta. Tenho vários mundiais sem kimono, o absoluto no ADCC, títulos no Abu Dhabi World Pro, então não posso deixar minha carreira acabar sem buscar esse também.