Invicto em quatro lutas no Ultimate, o peso médio André Muniz “Sergipano” estará em ação no próximo sábado. O brasileiro terá pela frente o mão pesada Uriah Hall, em luta do card preliminar do UFC 276, a ser realizado em Las Vegas.
O campeão Israel Adesanya defenderá o título da divisão até 84kg contra Jared Cannonier no evento principal da noite.
Sergipano tem se provado um dos lutadores mais eficientes da categoria desde que aterrissou na organização. Após ser contratado via Dana White’s Contender Series, fonte de grandes talentos da companhia, André deixou apenas uma luta chegar à decisão dos jurados. Foi justamente na estreia, contra o compatriota Antônio Arroyo, em novembro de 2019.
De lá para cá, André emplacou três vitórias por finalização – todas no armlock. A mais notória, certamente, foi diante de Ronaldo Jacaré, no ano passado. Muniz realizou o sonho de finalizar uma lenda do Jiu-Jitsu num ataque duplo – triângulo e armlock.
O polonês Bartosz Fabinski e o americano Eryk Anders também sucumbiram à pressão avassaladora de Sergipano.
André terá mais um grande desafio neste sábado. Uma vitória sobre o jamaicano, décimo colocado no ranking da divisão, pode ajudá-lo a decolar na categoria e realizar seu sonho pessoal.
“Essa luta representa uma possibilidade de entrar no top 10 do peso médio e conseguir dinheiro para eu conseguir comprar minha casa própria. Quero a finalização da noite. Então estou treinando para conseguir estes dois objetivos”, disse Sergipano.
Sergipano, no entanto, terá de provar que seu Jiu-Jitsu segue afiado, pois Hall nunca foi finalizado em 27 lutas como profissional.
“A estratégia é sempre a mesma: encurtar a distância, derrubar e buscar a finalização. Sei que ele tem uma boa defesa, mas não podemos mudar nosso ponto forte por causa do adversário. Sei que pode ser difícil, mas estou muito preparado e bem treinado. Então vou buscar a finalização do início ao fim”, comentou o faixa-preta.
Existem diversos casos de craques do Jiu-Jitsu que não se adaptaram tão bem ao MMA. Dono de 15 vitórias por finalização, Muniz explica as razões tornaram a transição para a modalidade tão eficiente.
“Essa fase de adaptação demanda tempo. Mas é importante melhorar o boxe e o muay thai para que você não fique se atirando nas pernas do adversário sem ter um tempo bom de queda. É fundamental tentar, mesmo nos treinos, finalizar a todo momento para tornar seu jogo finalizador e conseguir aplicar no momento da luta”, reiterou o peso médio.
O brasileiro admite a vantagem na luta agarrada, mas ressalta o nível do popular “Homem Ambulância” na trocação. Hall soma oito vitórias por nocaute no UFC, números que reforçam a atenção do brasileiro no setor.
“Meu adversário é bem técnico, nocauteador e já lutou contra grandes nomes. É um cara bem experiente, tem muitos nocautes e sem dúvida os pontos fortes dele são o poder de nocaute e os chutes. Ele consegue acertar chutes de diversas posições, inclusive rodados. Mas estou muito treinado. Foi um camp bem longo, deu para estudar bastante o jogo dele. Quem conseguir aplicar melhor a estratégia vai sair com a vitória no sábado”, ponderou Sergipano.
André ressaltou o desejo de enfrentar o americano Derek Brunson, quinto colocado no ranking da categoria, em caso de vitória sobre Uriah Hall.
“Não penso tanto no futuro, e sim no Hall, que é a próxima luta. Mas acho que a vitória vai me colocar numa posição boa para que eu possa desafiar o Derek Brunson, que está sem luta marcada. É o lutador que faz sentido, depois da vitória no sábado”, disse o finalizador.
Sergipano ainda palpitou a favor do também brasileiro Alex Poatan, que medirá forças com Sean Strickland na luta co-principal do UFC 276.
“Acredito na vitória do Poatan. Ele vem numa grande fase e o estilo de luta do Strickland casa bem com o dele”, finalizou André.