O MMA feminino vem ganhando espaço a cada dia que passa. Após a estreia vitoriosa de Ronda Rousey no UFC 157, finalizando Liz Carmouche no braço, como de costume, o Ultimate definiu que o próximo embate da loira seria contra a vitoriosa da luta entre Miesha Tate e Cat Zingano, que ocorre neste sábado, no TUF 17 Finale.
E tem mais, a vencedora deste duelo será uma das técnicas da próxima edição do “TUF” americano, contra o time liderado pela campeã feminina dos pesos galos, Rousey.
Com a definição parcial das próximas líderes do “TUF” gringo, que será o de número 18, e sabendo que os atletas serão divididos entre homens e mulheres, GracieMag conversou com Ana Maria Índia, competidora do Team Nogueira e possível adição à casa do reality lá fora.
A atleta falou sobre o atual cenário do MMA feminino, treinos de Jiu-Jitsu na GFTeam, sobre o “TUF” e também comentou a polêmica envolvendo a lutadora transexual, Fallon Fox. Confira a entrevista a seguir.
GracieMag: Como você vê o MMA feminino hoje, comparado a época em que você começou a lutar?
ANA MARIA ÍNDIA: Eu comecei quando não tinha muitas mulheres lutando. No Jiu-Jitsu eu competia nas chaves masculinas. Não existia uma categoria exata. A popularização do esporte é ótimo, a mídia trazer o assunto ao publico em geral. As pessoas não nos viam como atletas, achavam que para lutar MMA as pessoas tinham que ser ruins. O tratamento do MMA como esporte ajudou muito.
Junto com essa evolução, meninas de outros esportes tem se animado a competir no MMA. Isso pode influenciar negativamente o nível do esporte feminino?
De forma alguma! Uma menina despreparada que entrar na jaula e apanhar vai treinar mais para se sair melhor na próxima. Eu acho errado o MMA ser visto como um esporte específico, ele é uma mistura de artes. Uma atleta que seja de uma arte marcial, tem que saber outras para se sair bem no MMA. Tem que ser boa em pé ou no chão, ou nos dois. Eu sempre indico o Jiu-Jitsu, pois trocar soco todo mundo faz na infância, brincando. O Jiu-Jitsu é mais complexo e essencial para o MMA.
E como estão os treinos na GFTeam? Você treina com os homens ou tem mulheres de nível bom para somar no seu jogo?
E muito bom entrar na GFTeam, porque o pessoal treina para competição, e eu descobri que ainda tenho muito a aprender. Eu faço Jiu-Jitsu há 13 anos, e nunca tive acesso a mulheres duras para treinar. Na GFTeam eu tenho me preparado com faixas-pretas, fortes, que ajudam no meu jogo de chão. Como elas competem muito, eu absorvo bastante disso.
E a seletiva para o “TUF 18”? Você vai participar?
Foi complicado conseguir um visto de trabalho, para participar da seletiva. É muito caro, e eu não vou. Mas eu acho que vá ter uma edição no Brasil. A categoria feminina no UFC é muito nova, então acredito que eles garimpem lutadoras no mundo todo, inclusive aqui.
O que você acha da lutadora transexual Fallon Fox competindo com uma mulher no Championship Fighting Alliance? Você lutaria com ela?
Eu não sou médica, mas eu acho que ela tenha estrutura muscular de um homem. Acredito que deveria organizar uma categoria específica para ela lutar. Se o evento casasse uma luta minha com ela, enfrentaria sem problemas. É legal o MMA ser aberto a todos, mas com categorias bem definidas. Se me colocassem para lutar com uma transexual, eu lutaria.