O UFC 179, realizado no Rio de Janeiro, foi mágico. José Aldo encarou o rival Chad Mendes, batalhou cinco assaltos, venceu. Festa no ginásio do Maracanãzinho. Pessoas gritavam, choravam, “é campeão”. José Aldo, o campeão do povo. O último cinturão brasileiro fica no Brasil. Mas, e se Aldo tivesse perdido?
Seria, no mínimo, traumático. Um sabor amargo de Maracanazzo, como quando a seleção brasileira foi derrotada pelo Uruguai, em 1950, em pleno Maracanã. José Aldo, fã de futebol, certamente tinha isso na cabeça. Chad Mendes com a cinta peso-pena em sua posse, festejaria no cage com os companheiros de Alpha Male em mais um título que os americanos teriam roubado de nós.
Há quem diga que seria o fim do MMA no Brasil, com as quedas recentes de Anderson Silva, Júnior Cigano e Renan Barão, o último título brasileiro iria para longe assim como a vontade de assistir MMA do público.
Em entrevista recente ao “The MMA Hour”, Wallid Ismail disse que José Aldo “Salvou o MMA brasileiro”, e que “seria muito ruim se ele tivesse perdido nosso último cinturão”. A visão de mercado seria perturbadora, de fato. Empresas do ramo de MMA vão diminuindo sua atuação, e o ponto crítico ocorreu logo após a derrota de Anderson Silva.
Mas, será mesmo que o MMA perderia força com uma derrota de José Aldo? A tristeza seria geral, mas os fãs não ficariam desamparados de ídolos. Mesmo sem cinturões, feras como Lyoto Machida, Junior Cigano, Fabricio Werdum, Renan Barão e Ronaldo Jacaré seguem com uma legião de fãs, que esperam ansiosamente por mais uma atuação de seus guerreiros no cage. A torcida não diminuiu.
A impressão que fica é que, assim como no futebol, o torcedor brasileiro segue passional. O amor e o ódio são grandes, mas a memória não condena. Nada de grave vai para o coração. O mais importante é torcer e vibrar pela vitória seguinte.