“Recebi convite para lutar no Brasil, no dia 23 de março, mas, por alguns motivos, pedi para lutar nos Estados Unidos. O nascimento da Joana é um deles, a ansiedade está enorme. Aqui, posso ficar mais perto delas. Mesmo ficando alguns dias antes da luta longe de casa, a viagem de ida e de volta é mais rápida”, explica Werdum, que também aponta, fora do octógono, um grande rival dos lutadores. “Isso sem contar a questão dos impostos para lutar no Brasil. São quase 28% descontados e nunca ressarcidos. Agora, não posso ficar sem esse dinheiro, ele tem dona, é a Joana, e ninguém vai tirar dela”, disse aos risos.
Após finalizar Minotauro, Werdum se credenciou a disputar o cinturão do UFC contra o vencedor da luta entre Cain Velasquez e Junior Cigano. Com a vitória do americano, tudo se encaminhava para um grande show, possivelmente no México, até que o campeão se lesionou e vai precisar ficar parado por nove meses. Dessa forma, o UFC ofereceu o embalado Travis Browne ao brasileiro, que aceitou para não ficar muito tempo inativo, assim como aconteceu quando gravou o “TUF Brasil 2”, há um ano.
O foco nos treinamentos tem sido o preparo físico, por conta da capacidade de Browne em vencer no primeiro round – 12 de suas 16 vitórias foram assim. A rotina é intensa: às terças, quintas e domingos, Werdum faz preparação física de 8h às 10h com o casca-grossa Rubens “Cobrinha” Charles, seguido de aula particular de Jiu-Jitsu sem kimono de 10h30 às 11h30 e treino coletivo com pano de 12h30 às 15h. Às segundas, quartas e sextas, o treinamento é de MMA, com Rafael Cordeiro, e ainda, de 17h às 18h30, faz wrestling com Kenny Johnson.
“O Browne tem essa característica de ser explosivo, mas faremos uma luta de cinco rounds e isso é vantagem para mim, porque sei que o gás dele é ruim”, analisa. “Quero nocautear ou finalizar, mas se for preciso vou dar um show de cinco rounds. Preciso estar bem preparado fisicamente para isso, para executar a técnica que quiser, seja no Jiu-Jitsu, no muay thai ou boxe. É o físico que faz a diferença. O Cobrinha tem me dado ótimos treinos, sem me ‘matar’, fazendo o certo, o que preciso para cada momento. É difícil acordar e saber que vai ter treino físico por duas horas, mas com ele é muito bom. Vou mostrar ao mundo que estou preparado para o cinturão”.
O gaúcho está alerta com as cotoveladas de Travis Browne. Em suas últimas duass lutas, o americano nocauteou Gabriel Napão e Josh Barnett no primeiro round com a temida arma, em situações semelhantes que levantaram polêmica. Especialista em luta agarrada e cada vez melhor no muay thai e boxe, Werdum já tem o antídoto para não cair na mesma armadilha e utilizar suas qualidades para vencer.
“Não vou me desesperar para colocá-lo para baixo, como o Barnett, mas em algum momento vai ter corpo a corpo e oportunidade de lutar no chão. Estou confiante na trocação, treinando com o Rafael Cordeiro há anos, e desde a luta contra o Roy Nelson o mundo viu que não sou só lutador de Jiu-Jitsu, sou completo. Contra Napão e Barnett, ficou claro que tentar derrubar o Browne com double leg na grade não é um bom negócio e vou evitar essa entrada por causa das cotoveladas, que são rápidas. Mas ele precisa da grade para se apoiar e não vai conseguir fazer isso no meio do octógono. É bem simples de evitar, basta não se desesperar”, finaliza.
Fabrício Werdum e Travis Browne farão a luta principal do UFC on FOX 11, no dia 19 de abril, no Amway Center, em Orlando. O vencedor terá a chance de disputar o cinturão dos pesos pesados contra Cain Velasquez, que está afastado por lesão até novembro.
(Fonte: Assessoria de imprensa)