O professor Fabio Trindade saboreou duas alegrias imensas, em sua trajetória profissional do Jiu-Jitsu em 2024.
O faixa-preta quarto grau nascido em Manaus, no Amazonas, abriu sua novíssima escola em setembro, em Studio City, Los Angeles.
Aluno dos irmãos Monteiro – Fábio, Guto, Yano, e Lucio – Trindade teve, ainda, o prazer de fazer uma exibição de Jiu-Jitsu para crianças numa escola californiana. Os miúdos também vibraram com as técnicas de defesa pessoal, vistas pela primeira vez por muitos ali.
O ex-lutador de MMA, que começou a treinar Jiu-Jitsu em 1997, comentou sobre a experiência entre os pequenos.
GRACIEMAG: Qual é a importância de visitar escolas e jardins de infância das comunidades e plantar a semente do Jiu-Jitsu, Fabio?
FABIO TRINDADE: Essa é a ideia, expandir mais e mais o Jiu-Jitsu, para que mais pessoas possam saber dos benefícios e sobre como a arte marcial pode mudar vidas. Nada melhor do que começar com os pequenos, e plantar esta semente, para ensinar sobre a importância da defesa pessoal e da arte suave. Nas escolas, gosto de demonstrar técnicas simples porém eficazes de defesa pessoal, e a criança percebe na hora como aquele movimento ajuda em caso de bullying no recreio ou na porta do colégio.
Você também teve seu primeiro contato com o Jiu-Jitsu nessa idade?
Na primeira vez que conheci o Jiu-Jitsu eu também era criança. Quando retorno como professor a uma sala cheia de crianças, sempre fico fascinado, ao perceber como o Jiu-Jitsu tem esse poder de mudar para sempre as pessoas, de todas as idades por sinal.
E como conseguiu essa oportunidade de visitar um colégio e demonstrar o Jiu-Jitsu para estudantes? Foi simples?
Esse convite veio da mãe de um aluno nosso, que por sorte é diretora de uma escola infantil em North Hollywood, bem perto da nossa academia. Como ela viu os benefícios que o Jiu-Jitsu trouxe para o filho, ela teve a ideia de organizar essa demonstração para toda a escola.
O que aprendeu ao ensinar aos pequenos?
Aqui nos EUA, para muita criança – e até adultos – quando surge uma pessoa trajada de kimono, a primeira pergunta que a gente escuta é: “Você é professor de karatê, certo?”. E aí a gente vai lá e mostra que o Jiu-Jitsu nos ajuda a controlar uma situação de perigo sem nem mesmo usar chutes e socos que machucam – nossa mão e o agressor. Quando usamos somente a arte suave nas exibições, os pequenos veem aquilo e arregalam os olhos, ficam fascinados. Exatamente como você e eu ficamos quando começamos no Jiu-Jitsu.
Não acha que o Jiu-Jitsu poderia ajudar muito diretores, professores e pais, se fizesse parte do currículo estudantil desde cedo?
Tenho certeza disso. Por minha experiência de anos em diversos projetos sociais, estou certo que o Jiu-Jitsu mudaria muitas vidas. Nas escolas de Dubai e Abu Dhabi, a arte suave já faz parte do currículo estudantil há mais de 15 anos e os dirigentes de lá estão colhendo muitos benefícios, tanto para meninos como meninas. Aqui nos Estados Unidos e no Brasil, haveria muitas condições para essas iniciativas, professores qualificados não faltam. As escolas e jardins de infância são, de fato, os melhores lugares para as comunidades compreenderem que o Jiu-Jitsu é mesmo para todos. Quem adotar, verá um país muito mais saudável.
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