GRACIEMAG esteve presente na festa em homenagem a José Aldo, depois que o lutador detonou Mike Brown, em novembro de 2009, e faturou o cinturão do WEC. Dessa vez, após a segunda defesa de título bem sucedida de Aldo, numa grande apresentação contra Manny Gamburyan, o homenageado na academia Nova União foi André Pederneiras.
Dedé, que trabalha com o campeão do WEC há vários anos, segue a tendência que comanda a maioria das academias de Jiu-Jitsu, ou alguns times de origem em outras modalidades como a Chute Boxe, por exemplo. O faixa-preta trabalha os lutadores desde a base e é reconhecido, pelos mesmos, como mestre.
Em matéria publicada aqui no GRACIEMAG.com (ver aqui), Mohamad Jehad analisa a postura muitas vezes polêmica de Chael Sonnen e a possibilidade de o mestre, alguém que aconselha ou impõe limites, ser definitiva em determinadas situações. A verdade é que, atualmente, muitos lutadores preferem contratar uma equipe e deixam a “cultura do mestre’” de lado.
“Não acho que repercuta negativamente, mas ter uma pessoa em que confia é sempre bom. Se eu pedir para o pessoal da academia pular de cabeça, a galera pula e só pergunta o porquê depois. Isso é de grande valia num momento de dificuldade na luta. Quem está de fora, e entende, consegue ver coisas que o atleta não percebe dentro da luta. Então, ter uma pessoa em que acredita pode ser importante. Quando contratamos treinadores para uma luta, especificamente, e não há uma confiança sólida, o lutador pode hesitar na hora de se livrar de uma situação ou na de aproveitar um bom momento”, opina Pederneiras, que também acha que a falta do mestre pode implicar no comportamento dos atletas:
“Acaba acontecendo esse tipo de coisa. Quando escutamos uma pessoa por toda a vida, é difícil retrucar ela. Mas, óbvio, o questionamento existe, e sou totalmente aberto a isso. Estou aqui também para aprender, e não apenas para ensinar. Mas isso acontece sim.”
Mas, como formar um campeão como José Aldo e tantos outros que comanda? O mestre é importante nessa formula?
“A primeira coisa é a força de vontade do atleta. Às vezes um cara tem muita habilidade, mas não tem força de vontade de dar o máximo nos treinos. Ele nunca vai ser um campeão. Então, depende muito do atleta. É até por isso que vemos, muitas vezes, um grande atleta sair de uma academia pequena. O principal é a vontade do lutador. Mas, é claro, os alunos vão seguir o que ele vê que dá certo”, encerra.