Claudio Calasans Jr. vem batendo na trave em Mundiais desde 2009. Nesse ano, lutou bem o absoluto e só parou quando Roger Gracie pegou seu pescoço – isso depois de Calasans aplicar no Gracie a queda mais bonita do campeonato.
Em 2010, Calasans foi à final dos médios, e perdeu para Marcelo Garcia. Em 2012 e 2013 repetiu a prata, vencido em ambas as finais por Otávio Sousa.
Para este ano, Calasans não quer repetir os mesmo erros, e mudou parte de seu esquema de treinos. Calasans deixou o Brasil mais cedo e ficou imerso no camp da Atos em San Diego, junto com as feras da equipe Rafael e Gui Mendes, JT Torres, André Galvão, Guto Campos, Rodrigo Caporal, Keenan Cornelius, e o novo contratado do UFC Carlos Diego.
Campeão em janeiro no Europeu da IBJJF, Calasa não repetiu a mesma atuação no WPJJC em Abu Dhabi. Mas ele está plenamente confiante no seu jogo para o Mundial, que começa nesta quinta, 29 de maio. Confira por quê, em entrevista do faixa-preta a Vitor Freitas, repórter de GRACIEMAG.
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GRACIEMAG: Você vem batendo na trave há alguns anos. O que mudou nos seus treinos para o Mundial 2014?
CLAUDIO CALASANS: Este ano me programei para vir treinar mais tempo em San Diego, consegui chegar mais cedo do que nos outros anos. Impossível ter treino ruim, todo dia aqui é um campeonato mundial – é muita gente sinistra treinando junto. Acho que aqui eu treino como um aluno, enquanto na minha academia é o contrário – lá treino como o professor. Mudar isso um pouco pode me ajudar a conquistar o meu objetivo. Em outros anos, eu tinha deixado um pouco de lado o treino de quedas, mas para 2014 venho disponibilizando um horário só para afiá-las. Quero chegar lá muito completo, e pretendo tirar muitas cartas da manga.
Como sua mente lida com as sucessivas pratas, Juninho?
Acredito que a evolução é diária; não é porque você perdeu um campeonato que não está evoluindo. Hoje tenho de estar melhor do que ontem, lutar é isso. Estou sempre em busca da inatingível perfeição, pois competimos contra outro lutador e não contra uma máquina. Perder é normal num esporte individual, sempre alguém vai apresentar uma boa defesa para aquela técnica que julgamos ser indefensável. Evolução sempre, este é o meu lema.
Mas você pensa muito nesse inédito ouro mundial na faixa-preta?
Sim, o Mundial é um titulo que almejo muito. Eu já não gosto de perder nunca, imagine uma final de Mundial de Jiu-Jitsu! A diferença é que sou capaz de absorver o lado bom de ter conseguido conquistar três vices nos últimos quatro anos. Desta vez vou me concentrar só no peso, o que vai ser menos desgastante. Gosto de me arriscar no absoluto, mas desta vez vou me poupar no sábado.
Que análise você faz do peso médio com a subida do Leandro Lo, atual bi mundial dos leves?
Acho que não posso me concentrar nos adversários pelos títulos que eles conquistaram – eu gosto de pensar luta a luta, sem subestimar ninguém. Cada vez que entro para lutar Jiu-Jitsu eu vou para a guerra. Depois do campeonato, com a vitória nas mãos, aí sim você pode valorizar ainda mais o título ao analisar o alto calibre dos oponentes. Na verdade, o Mundial é diferente de todos os campeonatos, pois ninguém vem destreinado, e são só caras duros. O Leandro Lo, claro, tem um estilo de luta diferenciado e será mais uma pedreira, basta olhar os resultados que ele vem obtendo.