Mais de dez mil quilômetros separam o Rio de Janeiro da Califórnia, terra do Pan de Jiu-Jitsu. Mas o fato de lutar longe de casa não assusta o faixa-marrom Victor Silvério, 22 anos, pelo contrário. Cada vez mais experiente e conhecido em competições da IBJJF, o jovem talento da GFTeam está empolgado com a competição, a ser realizada dos dias 20 a 24 de março.
Em papo com o GracieMag.com, Silvério explicou por que baixou do meio-pesado para os leves. Entre suas expectativas, a possibilidade de encarar não apenas Keenan Cornelius (Atos), como também o campeão do UFC Ben Henderson.
GracieMag: Qual sua expectativa ao lutar o Pan bem mais leve?
VICTOR SILVÉRIO: Venci a seletiva de Gramado no peso leve, e isso me deu um gás extra para o Pan. Vi que para ser campeão só depende de mim mesmo. Eu nunca havia feito dieta para lutar, sempre lutei no peso que eu estava, mas via que todos os grandes atletas fazem dieta, descem de peso e com isso chegam lá ainda mais fortes. Por isso baixei para o leve. É algo novo e vou ter de apertar a dieta. O treino está muito forte e estou com a cabeça muito boa, muito animado nessa nova categoria. Acho que estou mais completo, e vou manter meu jogo agressivo, de não parar nunca de atacar. Mesmo se estiver perdendo e restarem dez segundos, vou para cima sem desistir.
Na sua categoria está o campeão peso leve do UFC, Ben Henderson. Qual seria a estratégia para bater o astro do UFC?
Já pude ver umas lutas dele de Jiu-Jitsu, e fica evidente a qualidade das quedas dele. Vou tomar cuidado com isso e ficar atento o tempo inteiro aos botes dele. Acho que o segredo para vencer qualquer um é o de sempre, impor o nosso próprio jogo. Não posso deixá-lo pensar muito. Sei que ele tem o gás muito bom, mas não acho que eu vá cansar também. Então definitivamente a estratégia é impor meu ritmo, ele não vai ter tempo pra pensar. Se essa luta acontecer, o público vai gostar: serão oito minutos de porrada.
Qual seria a importância de uma luta com Ben Henderson no currículo?
O cara é fenomenal, muito forte, tem um gás de outro muito e ganhar dele vai colocar meu nome em outro patamar. Não só o meu, como o de qualquer um que ganhar dele. Então é uma luta que eu quero muito.
Hoje o cara a ser batido na faixa-marrom é o Keenan Cornelius, que já venceu você uma vez. O que pretende fazer de diferente na próxima vez, que talvez seja neste Pan?
Eu o deixei encaixar muito as posições dele, e não consegui impor meu jogo de passagem. Aceitei a luta dele e o deixei ditar o ritmo. Vou mudar isso. Eu treino com alguns excelentes guardeiros que me fazem trabalhar muito a passagem, como o próprio Rodolfo Vieira, o Theodoro Canal e o Patrick Gaudio, entre outros. O Keenan se tornou um amigo depois dessa luta que fizemos, mas amizade à parte, quero essa revanche, afinal ele é o melhor faixa-marrom da atualidade.
Você seria capaz de apontar pontos fracos no jogo do Keenan?
Quase impossível essa, hein. Ele é um lutador com o jogo quase perfeito mesmo. Mas é lógico que ele pode falhar, ninguém é perfeito. Talvez, por ele lutar muito solto, e arriscar muitas posições, ele acaba dando algumas brechas. Mas é algo que você só consegue enxergar e aproveitar se você estiver ditando o ritmo da luta.