No último domingo, o ginásio do Tijuca Tênis Clube viu mais uma boa atuação da campeã de Jiu-Jitsu Luiza Monteiro (Cícero Costha), que venceu o peso leve e o absoluto no Rio Open. Ela falou com GRACIEMAG sobre o que aprendeu com o ouro duplo:
GRACIEMAG: No Mundial, em junho, você perdeu o ouro nos últimos segundos para a Marina Ribeiro. O que uma derrota com essas características muda na mentalidade de uma atleta?
LUIZA MONTEIRO: Muda muito. Aprendi que cada segundo numa luta de faixa-preta pode ser decisivo. Não temos tempo para errar. Eu mudei inclusive meu treino, onde busquei me colocar em todas as situações adversas que podem ocorrer durante uma luta. Em caso de um combate apertado, como no Mundial, eu teria de correr atrás com consciência, e explodir para ganhar os pontos de maneira que eu não sofresse consequência. Então eu preparei minha mente e meu gás de uma forma melhor, para que nada desse errado. Espero que aquilo que houve na final do Mundial jamais se repita, mas serviu de lição. Trabalhei também muito a minha base, para passar coladinha sem ser raspada. Estou treinando para fazer uma luta mais próxima da perfeição quanto possível.
Na final peso leve, você venceu Renata Pimentel (SAS). Como fez para lidar com a guarda dela?
Ela faz um tipo de guarda que nenhuma menina da faixa-preta com quem eu lutei faz. É muito elástica! Jiu-Jitsu é isso, a cada dia você enfrenta um jogo diferente, que precisa aprender como lidar bem e a anular. A experiência foi boa, e consegui matar bem o jogo dela. Mantive a calma e perto do fim consegui um triângulo que me permitiu montar e fazer quatros pontos. Fui anulando o jogo dela, frustrando suas ações, e quando ela se abriu encaixei meu jogo. As pegadas justas na calça e na gola foram importantes para poder chegar ao triângulo. A Renata é mais uma pedreira na categoria, chegou dando trabalho.
E a vitória sobre a Vanessa Oliveira, da GFTeam, na final do absoluto, como foi?
Bem difícil. Nós puxamos juntas para a guarda e eu subi. Vanessa então passou a usar seu melhor atributo, a guarda-aranha. Ela me dominou bem no início e me raspou, mas logo devolvi. Depois, na guarda dela, estourei uma das pegadas que estavam me complicando e consegui a passagem de guarda. Ela virou de quatro apoios e eu peguei as costas e marquei os pontos decisivos. Agora é chegar em São Paulo e treinar mais as falhas, para melhorar sempre.