Faixa-preta de Jiu-Jitsu radicado em Knoxville, no Tennessee, Samuel Braga é mais um campeão mundial certo em Long Beach, no Mundial que começa no dia 29 de maio.
O professor da Gracie Barra foi campeão em 2005, no peso-galo, e para chegar ao ouro entre os pretas usou algumas das técnicas do arsenal hoje conhecido como berimbolo. Ele lembrou, em papo com a repórter Erin Herle, como começou a usar as técnicas e como ele vê a explosão do movimento hoje – tendo sido inclusive reportagem de capa em GRACIEMAG, em abril.
E você, vai ao Mundial? Inscreva-se aqui.
GRACIEMAG: Quando você percebeu que tinha uma técnica valiosa nas mãos?
SAMUEL BRAGA: Descobri esse golpe em 2003 quando era faixa-roxa, após notar que eu tinha dificuldade de raspar alguns oponentes quando chegava a uma certa posição. Eu estava estagnado nessa posição, e apesar de ser bem flexível o pessoal estava escapando das minhas raspagens. Eu já fazia algo similar quando era faixa-azul, mas era mais parecido com uma ida para as costas, não era o berimbolo ainda. Foi então que comecei a lapidar a manobra. Usei pela primeira vez num grande campeonato no Brasileiro, ainda na faixa-roxa, numa luta muito dura. Eu ia perder, mas no fim consegui executar o golpe. Depois disso consegui usar na final do Mundial em 2005, já na faixa-preta.
Como você vê a fama do golpe, usado hoje até por faixas-brancas?
É demais ver todo mundo usando isso, ver como o Jiu-Jitsu também evolui com o berimbolo. Acho que é apenas o começo de uma nova época.
Algum detalhe do golpe que você faz e o pessoal não percebe?
Sim, há detalhes muito importantes. O controle dos quadris por exemplo. Muitos praticantes não controlam os quadris ao deixar o gancho de fora muito baixo na posição, desperdiçando a posição. A vantagem é que, se você erra, pode se recuperar. Sempre se pode voltar para a guarda De La Riva e tentar o golpe de novo.
Como você vê a evolução do berimbolo na faixa-preta?
O golpe chegou a um ponto em que, se você não conhece o golpe, você está atrasado. Todo mundo usa, em todas as faixas. É preciso estudar ao menos para se defender. Minha dica é que todo mundo se aprofunde na técnica para saber contra-atacar ou parar o movimento. Hoje eu me amarro em assistir até mesmo caras pesados como o Marcus Buchecha e o Rodolfo Vieira, na Copa Pódio, usando o movimento e sendo bem-sucedidos nele.