No Canadá para uma temporada de autógrafos, Fabrício Werdum ainda celebra a segunda vitória no Strikeforce, obtida em 7 de novembro, quando derrotou o paraibano Antônio “Pezão” Silva. Mas ele quer mais.
Bicampeão do ADCC na categoria acima de 99kg, o peso pesado gaúcho pensa em desafios ainda maiores: o russo Fedor Emelianenko e o cinturão do evento.
Ele revela quando luta novamente e explica como funcionam os treinamentos, já que representa a Chute Boxe, mas não deixa de trabalhar com Rafael Cordeiro, ex-treinador do time curitibano. Confira a conversa de Werdum com o GRACIEMAG.com:
Logo após a vitória no Strikeforce você falou em enfrentar o Fedor. Essa luta sai?
Será difícil agora, porque ele machucou a mão e deve ficar cinco meses sem lutar. Então não sei o que vai acontecer. Acho que terei uma luta a mais e depois enfrento o Fedor. Não tem como eu ficar cinco meses sem lutar, é muito tempo. Mas estamos ali dentro e uma hora acontece. Isso é certo, é 100%.
O atual campeão na sua categoria é o holandês Alistair Overeem. Lutar com ele não seria ainda melhor?
Ainda não entendi por que eles estão segurando tanto o cinturão com Overeem. Sei que ele mereceu, mas isso já foi há dois anos. Eu já tinha que ter tomado de assalto, né? Acho que vou lá na Holanda tomar esse cinturão dele! Vou falar para ele o seguinte: “Pode passar esse cinturão para cá. Te ganhei aquela vez no Pride (em maio de 2006), faz dois anos que você não luta lá e esse cinturão é meu!” (Risos). Agora a sério, vou passar o Natal na Espanha com a minha família e volto para os EUA pensando na próxima luta. Independentemente de adversário, em fevereiro ou março luto novamente.
Você tomou um sufoco no início do combate contra o Pezão. Como analisa a vitória?
Pude mostrar que estava bem preparado. Antes da luta tive algumas lesões, coisa que pode acontecer com todo mundo. Cortei o supercílio duas vezes e também machuquei as costas. Até o empresário do Pezão (Alex Davis) sabia do meu supercílio, para ver como as notícias correm. Mas agora está tudo certo. Uma vitória é sempre bom. Ganhou é felicidade, patrocínio… Perdeu, ferrou. Tem que correr atrás de tudo novamente. Uma vitória é um passo à frente, a derrota são três para trás.
Afinal, ter lutado o ADCC em Barcelona foi benéfico ou prejudicial para seu compromisso no MMA?
Foi ótimo ter lutado o Abu Dhabi, ainda mais por ter sido na minha casa lá, a Espanha. Me ajudou muito porque o ADCC é uma espécie de Mundial sem o kimono. Me ajudou porque eu não parei. Lutei contra o Mike Kyle, depois emendei com o ADCC e depois essa luta. Então foi excelente.
Você representa a Chute Boxe, mas continua com o Rafael Cordeiro. Como funciona isso?
Antigamente era uma rivalidade muito grande entre as academias, mas hoje mudou muita coisa. Represento a minha academia, que é a Werdum Combat Team, a Kings MMA, que é do Rafael Cordeiro, e a Chute Boxe, do Rudimar. Hoje todo mundo treina com todo mundo e fui, inclusive, um dos primeiros a fazer esse intercâmbio, quando fui treinar o Cro Cop [em 2003]. Na época, falaram muita coisa. Mas hoje isso é uma coisa normal e prevalece o profissionalismo.