Campeão mundial absoluto em 2011, o craque da GFTeam Rodolfo Vieira curte uma nova fase na carreira, com planos de brilhar no MMA internacional. Mas deu uma parada nos treinos para acompanhar de perto o Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu 2017 organizado pela IBJJF, na Pirâmide de Long Beach. E saiu mais feliz do que nos tempos em que estava lá competindo.
Em entrevista a GRACIEMAG, o aluno de Julio Cesar Pereira analisou o primeiro título de sua irmã, a casca Ana Carolina Vieira, que começou a treinar inspirada pelo irmãozinho, e de quebra avaliou a batalha final entre seus amigos Marcus Buchecha e Leandro Lo, na decisão do absoluto faixa-preta. Confira e aprenda com ele.
GRACIEMAG: O que sentiu ao ver sua irmã Ana Carolina Vieira vencendo a mais experiente Monique Elias por 12 a 0, na final peso médio feminino?
RODOLFO VIEIRA: Fiquei muito feliz, eu sabia que ela seria campeã, já esperava por isso por saber o quanto ela treinou. Estava de longe, mas conversava com ela direto, e já sabia o quanto ela estava treinando e o quanto estava confiante na conquista. Ela esteve bem em todas as áreas, jogando por cima, por baixo, trocando quedas… Estava com um jogo muito completo, muito justo, com um bom gás, então seria difícil ela não conquistar esse título. Foi o primeiro ano dela de faixa-preta e ela já conquistou o Mundial. Agora ela ganhou tudo o que tinha para conquistar, menos o absoluto. Infelizmente este ano ela não pôde disputar o absoluto, devido a uma lesão no joelho. Achamos melhor preservá-la para chegar bem no peso, mas ano que vem ela tenta o ouro duplo. Como este é o primeiro ano dela como faixa-preta, eu lembrei a ela que teria muitos absolutos para lutar ainda. Mas foi uma sensação maravilhosa, fiquei mais feliz do que quando conquistei os meus títulos. Ela é guerreira, corta um dobrado, mereceu demais esse título.
Que conselhos você deu a ela depois do título, para o futuro?
Eu disse a ela: este é só o começo! (Risos). Acho que ela ainda tem muito para melhorar. Claro que uma medalha de ouro como esta num Mundial comprova o bom trabalho e mostra que ela está num nível alto, mas há sempre muito para melhorar ainda.
Como você avalia a final do absoluto, com aquela vitória do Buchecha contra o Lo por 1 ponto negativo apenas. Que luta hein?
Essa final do absoluto foi demais! Ver o Lo e o Buchecha lutando é sempre um show e ver isso na final do campeonato mais importante do mundo, na categoria mais importante do mundo, não tem nada melhor. Eu só não estava tão ansioso pelo duelo porque já tinha visto na academia várias vezes (risos). Já tinha visto na Suíça, em Ibiza, vi vários treinos deles e era sempre uma guerra. Mas fiquei muito feliz por eles. São dois amigos, admiro muito eles e, independente de quem ganhasse, o título estaria em boas mãos.
E o que achou do duelo, tecnicamente falando?
A luta foi apertada, afinal o Lo é um bicho diferente, muito sinistro. Mas o que o Buchecha está fazendo no esporte, acho muito difícil alguém repetir um dia. Vai ser dureza quebrar este recorde, penta mundial absoluto… Não tem uma pessoa melhor para conquistar esse recorde do que ele. Um moleque bom, coração bom, humilde, simples… Sou suspeito, mas estou feliz de vê-lo fazendo história. E o Leandro também é impressionante. Fazer o que ele fez este ano, conquistando o peso e o absoluto dos torneios mais importantes do ano… Talvez ele tenha até chegado nesse Mundial mais cansado, porque não é um peso pesado de origem, está na categoria há pouco tempo, então está adaptando o seu corpo ainda. Acredito que ele tenha se desgastado muito durante a temporada e, mesmo dando todo o espetáculo que ele deu, não achei que ele chegou com toda aquela pujança a que estamos acostumados. Mas foi demais vê-los juntos lutando essa final épica. Os dois têm um Jiu-Jitsu muito bonito e sempre para a frente. Então, mereciam brilhar no palco principal da Pirâmide.