No último dia 9 de agosto, o vereador e faixa-preta de Jiu-Jitsu Juninho Boi subiu à tribuna da Câmara Municipal de Bragança Paulista para lamentar a morte brutal do amigo Leandro Lo. Num discurso importante e contundente, Juninho pediu justiça. O professor de artes marciais preparou ainda um ofício para as principais autoridades de segurança pública de São Paulo, que estão tratando do caso da morte de Lo.
“Por favor, governador Rodrigo Garcia, não abandone esse caso e o acompanhe até o fim, pois existe uma nação acompanhando e esperando justiça pela vida do nosso amigo”, pediu Juninho.
A equipe GRACIEMAG foi conversar com o vereador sobre os próximos passos do caso.
GRACIEMAG: Quais foram as consequências do seu discurso, professor? Como a morte do Leandro Lo tem sido encarada no mundo da política?
JUNINHO BOI: Como vereador, faixa-preta e amigo do Leandro, me senti na obrigação de levar o assunto para a tribuna da Câmara Municipal de Bragança. Consegui o apoio dos meus colegas da Câmara e fiz um ofício para o governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, para o secretário de Segurança Pública, para o delegado geral da Polícia Civil de SP e para o Comandante da Polícia Militar do estado, para que possamos ter mais força para tratar o caso. Creio que quando uma pessoa pressiona as autoridades isso tem um peso. Quando alguém eleito pelo povo e por milhares de pessoas e tem uma caneta na mão, sem dúvidas é um outro peso, ainda maior. Por isso mobilizei todos para mostrar que estamos atentos ao caso, e que não vamos desistir até que a justiça seja feita para o Leandro. É algo que devemos a ele e especialmente à família dele, que segue procurando reunir forças para seguir a vida.
Está circulando um manifesto e os atletas e campeões amigos e adversários pedem justiça e agilidade na apuração do caso. Isso pode ajudar de fato?
Sim, acredito que as redes sociais ajudam muito para que as autoridades vejam o quanto ele era querido e admirado. Nada justifica a atitude do atirador. Repare que nem se fosse um tiro por legítima defesa, pois ninguém desfere um tiro no rosto de ninguém depois de perder na luta corporal. Isso na minha visão e de boa parte da comunidade do Jiu-Jitsu foi de fato um assassinato cruel. Assim, os amigos, admiradores e colegas de Lo não podem parar de pressionar as autoridades enquanto o caso não for solucionado. É o caminho que temos.
O que você crê sinceramente que vá ocorrer com o policial que matou Lo?
Olha, eu não sou juiz nem advogado para prever. O que espero muito é que ele seja julgado na justiça comum, e seja tratado como um cidadão suspeito de um assassinato brutal, pois foi exatamente o que aconteceu. Esperamos apenas a justiça dos homens.
Você, como professor de Jiu-Jitsu, também tem muitos amigos entre homens da lei e policiais. Como a morte do Lo foi vista por eles?
Tenho muitos amigos policiais, que honram de verdade a farda. Eles ficaram muito contrariados e desapontados com o acontecido. Não somente a nação do Jiu-Jitsu como também as corporações e o pessoal da polícia ficaram arrasados com o que fez aquele tenente, que com sua atitude matou um campeão e nos tirou para sempre a alegria e o talento de Leandro Lo.