Depois de mostrar a que veio na faixa-preta, em 2009, Rafael Mendes confirma definitivamente todas as expectativas criadas quando vencia tudo nas faixas intermediárias. O representante da Atos foi o melhor no ADCC na categoria -66kg, nas duas seletivas brasileiras para o World Pro, no World Pro, no Europeu de Jiu-Jitsu, Campeonato Brasileiro e, mais recente, no Mundial.
Rafa comenta isso e muito mais na entrevista abaixo.
O Jiu-Jitsu mudou muita coisa na sua vida (viagens, títulos, fama)…
Posso dizer que o Jiu-Jitsu está mudando minha vida para muito melhor, e eu acredito que tem muita coisa para melhorar ainda, mas tudo tem seu tempo. Graças a Deus, os resultados do meu esforço nos treinos e os resultados em competições estão abrindo portas. É realmente muito bom trabalhar com o que ama e ainda poder desfrutar das coisas boas que o trabalho dispõe como viajar, conhecer lugares e pessoas, ver meu nome reconhecido, vencer campeonatos e as pessoas admirando o que faço. Sou muito feliz, amo treinar, amo competir, me testar, e sou viciado na sensação da vitória.
Até que ponto dá para levar essa rotina numa boa, sem se desgastar. Como encontrar o equilíbrio?
O equilíbrio está no prazer que sinto no treino, nas competições e o desgaste que isso causa. Antes eu não descansava nada, acabava as competições e já estava treinando no outro dia. Não consigo ficar sem treinar! Mas com o passar do tempo, você vai ganhando experiência, vê que o corpo precisa de um pequeno descanso e que, após esse descanso, você volta ainda melhor e restaurado. Então eu procuro fazer o primeiro semestre do ano o mais desgastante, luto o máximo de competições, treino muito, realmente muito, faço preparação física, tudo para ser campeão. Passado o Mundial, desta vez descansei duas semanas, sem colocar kimono, e agora já voltei a treinar, mas sem preparação física ainda, sem cargas, mais de leve. Mas ainda vou lutar este ano, o descanso não vai ser muito grande.
Qual a maior diferença de lutar um evento como o Mundial e outro como o ADCC?
As regras são totalmente diferentes, então o treino também precisa ser diferente. O foco do treino precisa ser o que você vai encontrar na competição, não adianta treinar de kimono e lutar o ADCC ou sem kimono se vai lutar o Mundial. Tudo é diferente, as posições são outras, as pegadas são outras, o tempo é outro, a regra é outra… Somente o objetivo é o mesmo: ser campeão. Mas os dois treinos são muito desgastantes. São duas competições de altíssimo nível e que não se pode cometer erros. É preciso estar 100%.
O Rubens Cobrinha é seu principal adversário no peso pena. Como analisa seu relacionamento com ele? Vocês não se dão bem?
Acredito que a mídia acabou aumentando a rivalidade, por expor opiniões e comentários. Mas não tenho nada contra o Cobrinha e essa rivalidade é somente dentro do tatame. Somos da mesma categoria e desejamos o mesmo lugar, que apenas um pode estar. Então tem que ter guerra.
O que acha dele como lutador?
Acho ele excelente.
Luto MMA só quando passar o Cobrinha e o Royler em títulos mundiais!” Rafa Mendes
Pensa em lutar MMA algum dia?
Não sei, acho que tudo depende das circunstâncias, mas no momento e por um longo tempo não. Tenho apenas 20 anos e ganhei meu primeiro Mundial de preta. Se for pensar em algo, vai ser somente depois que eu passar o Cobrinha e o Royler em títulos mundiais (risos)!
Como segue seus compromissos este ano?
Eu e o Guilherme ainda estamos nos EUA, temos uma série de seminários a cumprir e depois vamos para o Canadá, onde realizaremos mais três seminários. Volto para casa dia 6 de julho, onde volto para o treino. Temos seminários em Guam e na Suíça em agosto e, depois, se meu visto japonês sair, vou lutar o Asiático.
Queria aproveitar para agradecer a todos da Atos, meus patrocinadores, minha família e meu preparador físico Thiago Mendes da Octane Treinamento de Resultados. Dedico meu titulo Mundial a vocês. Nos adicione no facebook.com/mendesbros !
Obrigado a todos!