Animado pelos anos de ouro do Pride FC no Japão, o astro do Jiu-Jitsu Fernando Augusto da Silva decidiu, em 2003, treinar com Vitor Belfort e testar suas técnicas de solo na luta à vera do vale-tudo, ou MMA, como a modalidade começava a ser chamada então. O evento escolhido foi o Bitetti Combat Nordeste 2, a 20 de março de 2003 em Natal, no Rio Grande do Norte, e o oponente seria a fera local Gleison Tibau, então invicto, que o venceria na decisão dos jurados. Tibau, depois, chegaria ao UFC e a mais de 50 combates profissionais.
E de fato aquele não seria um ano qualquer para o “Tererê”. O ídolo da comunidade do Cantagalo, em Ipanema, disputaria logo depois, em maio, o charmoso ADCC São Paulo – quando atuou atrapalhado por uma costela quebrada.
Em julho, o faixa-preta da Alliance voltaria a vestir o kimono e venceria seu segundo Campeonato Mundial da IBJJF, em final épica contra o velho colega de academia Marcelo Garcia. Bicampeão mundial na faixa-preta, Tererê ficaria renomado ainda por outra façanha: vencer consecutivamente, da faixa-azul à preta, os Mundiais em 1997, 1998, 1999 e 2000. Que fera!
O que poucos lembram, contudo, foi que Tererê já computava outra luta de vale-tudo na carreira.
Em 2001, ele e Demian Maia estavam em Caracas, na missão de divulgar a arte suave na Venezuela. Promotores locais então decidiram lançar um evento, Tormenta En El Ring, para o povo ver os brasileiros em ação contra dois grandalhões da “lucha olímpica”. Demian castigou o local Raul Sosa, e Fernando Tererê, com 77kg e 21 anos, venceu em sua estreia, sem luvas e sem protetor, o oponente Oscar Diaz, de 86kg.
“Lutei como se estivesse no baile do Country Club”, resumiria Tererê anos depois.
Confira a desenvoltura de Tererê no MMA, no vídeo raro a seguir.