Rio Open: Aos 45 anos, Karla Hipólito é ouro no adulto faixa-preta e quer mais

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Karla, de kimono preto, no pódio do absoluto faixa-preta adulto. Foto: Gallerr.com

Karla, de kimono preto, no pódio do absoluto faixa-preta adulto. Foto: Gallerr.com

Para aqueles que já cansaram de ouvir a frase “O Jiu-Jitsu não tem limites”, temos mais um exemplo prático da máxima, e este exemplo vem em forma de lutadora.

Karla Hipólito, gentilmente conhecida como “Karlona” entre os amigos, é faixa-preta de Jiu-Jitsu e apavorou suas adversárias no último Internacional de Masters e também no Rio Open, ambos realizados na última semana. Aos 45 anos de idade, a fera mordeu o ouro peso e absoluto em sua categoria, o master 3, e logo em seguida se jogou também no adulto para conquistar o ouro no peso super pesado e o bronze no absoluto. Mas o caminho não foi fácil para a casca-grossa.

Graduada à professora de Jiu-Jitsu em 2001, Karla possui vasto conhecimento em campeonatos, já fez muita força por aí. Contudo, as dificuldades da vida lhe tiraram do ritmo de competição. Formada em Educação Física, Karlona teve que escolher a profissão de personal trainer para seu sustento, o que lhe rendeu pouco tempo para treinar e se dedicar com afinco ao ritmo de torneios.

Contudo, no fim de 2015, ainda em seus treinos esporádicos, foi impulsionada pelo amigo e parceiro de treinos Leonardo Ligeirinho a voltar às competições. O tempo era curto, mas uma reformulação nos horários deu conta do recado. Com treinos diários na academia Top Brother, sob a batuta do faixa-coral Cézar Guimarães, o mestre Casquinha, Karlona voltou a mergulhar de cabeça nos torneios, e os resultados vieram.

Karlona fez a final de todas as categorias que disputou no BH Open. Foto: Arquivo Pessoal

Karlona fez a final de todas as categorias que disputou no BH Open. Foto: Arquivo Pessoal

Do Sul-Brasileiro, no qual encarou e foi superada por Samela Shoham na decisão pelo absoluto adulto, ao BH Open, no qual faturou três ouros e uma prata no adulto, Karlona pavimentou seu caminho até o Tijuca Tênis Clube, no sábado, dia 16. No Internacional de Masters, foram duas finalizações para garantir o ouro no absoluto master 3. Já no Rio Open, no aberto, bateu sua primeira oponente na americana, mas foi superada com um armlock na segunda batalha, contra aquela que seria campeã do absoluto, Bia Mesquita.

Porém, a redenção veio no domingo. Na final do super pesado, Karlona quedou, pegou as costas e finalizou Luana Beatriz (Ribeiro JJ) no mata-leão, para ficar com o ouro. A casca-grossa comemorou muito, e prometeu não parar por aí:

“Eu não sabia que a IBJJF fazia um ranking. Não tinha isso na minha época, e as lutas femininas eram pouquíssimas. Quando eu fiquei sabendo foi uma motivação a mais para eu voltar a competir. Agora eu quero ser campeã de tudo! Meu primeiro objetivo é ficar em primeiro no master 3, e no adulto eu quero ficar entre as dez primeiras até o fim do ano”, disse a fera, que atualmente se encontra em terceiro lugar no ranking da IBJJF no master 3, e em 32° lugar no adulto.

E que o Jiu-Jitsu continue a construir histórias como a de Karlona, mais uma atleta a quebrar barreiras com o esporte.

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