Campeão mundial pesadíssimo em 2010 e vice em 2013 (ao fechar com Marcus Buchecha), Rodrigo Cavaca é mais um astro na ponta dos cascos para o Mundial da IBJJF, que começou nesta quinta-feira em Long Beach, na Califórnia. Cavaca fez seu camp na Zenith em Las Vegas, academia que abriu com o amigo Robert Drysdale. Drysdale, hoje atleta do UFC, terá como principal função orientar os alunos nas dez áreas de luta armadas no ginásio da universidade local, em forma de Pirâmide. O faixa-preta faz sua estreia no Octagon já em julho.
GRACIEMAG bateu um papo com os dois professores, que destrincharam os treinos na equipe Zenith, falaram sobre o Jiu-Jitsu no UFC e muito mais. Para ver o torneio ao vivo, visite o site da IBJJF TV, aqui.
GRACIEMAG: Como foi a preparação da Zenith para o Mundial de Jiu-Jitsu, que começa hoje?
ROBERT DRYSDALE: O camp foi muito bom. Tivemos a presença de vários caras bons de fora, como o Kit Dale e o Rafael Domingos – muita gente não conhece o Rafael, mas o garoto tem um potencial tremendo, e também luta MMA. Fiquei felizão de treinar com o Cavaca de novo, de poder ajudá-lo de alguma maneira. Nós puxamos treinos muito fortes na parte física. Focamos muito na parte mental também, e lapidamos a parte técnica com vários exercícios de finalização. Cavaca e eu filmamos um documentário da nossa preparação, deve sair em breve na internet. O mais legal foi que o camp uniu a galera, pois tinha muita gente que estava na equipe e ainda não se conhecia. Então um dos motivos de fazer o camp foi fazer o grupo se unir. Tinha gente do mundo inteiro, lutador que nunca tinha se visto antes e que representava a mesma bandeira, então foi um ambiente feliz. Vou voltar ao UFC em julho, já tenho um possível adversário e devemos divulgar em breve.
Muito atleta tem perdido a posição nas costas no UFC. Como você tem treinado isso?
Estrangular nas costas e muito difícil, cara. Só quem treina com luva sabe. E os caras do MMA têm a defesa de costas muito boa. Eles não têm preocupação com os ganchos e em sair, eles só querem não bater. Isso muda a dinâmica toda de atacar as costas. Eu, por exemplo, tenho a maior facilidade de chegar às costas e finalizar dali, mas não está fácil. Tem alguns truques: treino muito a pegada de costas com os caras vindos do wrestling, pois ele defende de maneira completamente diferente do que nós do Jiu-Jitsu. É preciso adaptar a pegada de costas para o MMA. Na hora da defesa os cars contam com o fato de estarem escorregadios, contam com a força, estão no gás. O wrestler fica tentando fazer você escorregar das costas, ficam agarrados na sua luva. De repente não é um Jiu-Jitsu tão afiado na defesa, mas o cara não está preocupado em fazer Jiu-Jitsu, e sim em não bater. Chegar nas costas é uma posição muito comum no MMA, agora se vai se manter e finalizar é outro papo.
Cavaca, o que você mudou para o Mundial da IBJJF?
RODRIGO CAVACA: Estou me sentindo como eu estava em 2010, quando eu sabia que estava pronto para ganhar o Mundial pela primeira vez. Estou me sentindo muito bem. Em Abu Dhabi não consegui competir porque estava machucado, mas estou recuperado. Treinei duas vezes por dia há mais de um mês, para ganhar uma preparação física boa. Nesses últimos dias estamos ajustando o nosso trabalho. O Robert deu a maior força, treinou comigo, me ajustou em varias posições, puxou o treino, teve uma liderança que eu sentia muita falta. O cara é muito sinistro em relação a Jiu-Jitsu. Robert com certeza vai ser o diferencial para mim na hora que eu estiver lutando, ele vai estar do meu lado me dando força e vou ficar mais tranquilo. Estou pronto ganhar mais esse título mundial da IBJJF.
Qual é o objetivo da Zenith no Mundial?
A expectativa é que nos façamos um bom campeonato. Sei que brigar pelas três primeiras colocações será difícil, nós temos total consciência disso. Há equipes aqui nos EUA há vinte anos, como Gracie Barra e a Aliance, todas com uma estrutura, todo um trabalho de anos na nossa frente. Mas o nosso trabalho está começando bem, e não é somente focar em colocação, trazer títulos e troféus, mas sim, dar uma estrutura para os nossos atletas e mostrar para nós mesmos que o nosso trabalho é de qualidade.