Em 1997, a Secretaria de Esportes do Rio de Janeiro promoveu um evento chamado “Oscar do Jiu-Jitsu contra a violência”, reunindo craques da modalidade para se enfrentarem em lutas casadas, numa grande arena montada na praia de Copacabana. Num desses confrontos, o peso pena Royler Gracie enfrentou o superpesado Léo Dalla, numa batalha prevista para 30 minutos de duração. Léo havia entrado no card às vésperas do evento, substituindo Zé Mario Sperry, que desistira do confere contra o Gracie por conta de divergências sobre as regras da luta.
Mesmo sem ter tido um treinamento específico para um combate tão longo, Léo Dalla demonstrou muita coragem e topou entrar na vaga de Zé Mario. “Se fosse uma luta de 5 minutos”, explicou Royler, “um cara magrinho como eu não teria muita chance de vencer. Porém, numa luta mais longa, a técnica tende a prevalecer e pode me salvar”.
Além do refino técnico, o Gracie compensou o fato de ser muito mais leve, investindo na velocidade e na explosão. Chegou a aplicar esta improvável e belíssima queda em Léo Dalla, para, minutos depois, finalizá-lo com um estrangulamento pelas costas. Até hoje este combate inspira muitos magrinhos por aí a não se intimidarem quando estão diante de um oponente bem maior e desafiador. Para a falta de quilos, nada pode ser melhor que uma sobrecarga de atitude.