Vitor “Shaolin” Ribeiro, tricampeão mundial em 1999, 2000 e 2001, voltou às competições de Jiu-Jitsu no Mundial de Masters & Sêniors após quase uma década sem vestir o kimono. “Sinceramente? Acho que o Jiu-Jitsu não mudou nada”, disse o professor radicado em NY, em entrevista exclusiva ao GRACIEMAG.com.
Shaolin detalhou ainda sua trajetória até o ouro dos pesos leves, a final contra Marcos Torregrosa e muito mais. Confira.
GRACIEMAG: Qual a lição para retornar com sucesso após tanto tempo parado, sem lutar de kimono?
VITOR SHAOLIN: Bem, nos últimos anos posso não ter lutado Jiu-Jitsu, mas estive bem envolvido com o MMA, o que com certeza me ajudou muito. Também tive um bom tempo para treinar para o Mundial de Masters, e saiu tudo como o programado.
Como foi sua trajetória rumo ao ouro dos leves? O que achou da final contra o Marcos “Yemaso” Torregrosa?
Na minha primeira luta, eu estava um pouco travado, e quando o adversário fechou a guarda com bons ataques dali acabei demorando para me posicionar do jeito que eu queria. Na semifinal, eu já estava mais solto e encontrei meu jogo logo no começo. Na final, ele mostrou ser um cara com uma ótima guarda aberta. E é aquilo, no Master são seis minutos de luta apenas, se você errar acabou. Eu então lutei com paciência, demorei a ajustar as pegadas e quando comecei a tentar a passar a guarda dele o tempo acabou. Preciso de mais tempo para me acostumar com esse tempo de seis minutos.
Você acha que mudou algo do Jiu-Jitsu de dez anos atrás para o Jiu-Jitsu atual?
Sinceramente, acho que não mudou nada. Com certeza a parte física está mais forte, mas isso desde a minha época nunca foi problema lá na academia.
Quando veremos você lutando no Brasil novamente?
Sempre que eu tiver tempo para treinar, e me sentir motivado para lutar, vou competir aonde der. O único obstáculo é a academia, porque minha vida mudou muito, às vezes não dá para pensar só no meu treino, tenho de pensar no treino dos meus alunos.
O esporte continua crescendo em Nova York e nos EUA?
Certamente, nos EUA o Jiu-Jitsu cresceu muito, e em Nova York também. Agora queremos ver Nova York um pouco mais presente no calendário de competições da IBJJF.
O que você aprendeu com esta experiência de ensinar sua arte em Nova York?
A principal coisa que tirei desses quatro anos de América é a seguinte: tudo que é combinado antes sai mais barato no final. Planejamento, entende? Outra lição eu aprendi no filme “O poderoso chefão”: as notícias que chegam podem sempre ser boas ou ruins, mas sua cara tem de ser a mesma ao reagir.
E o MMA, parou mesmo?
Pois é, não estou nem treinando MMA, estou focado na academia e, agora, em voltar a treinar Jiu-Jitsu.
Qual sua avaliação sobre o sucesso da Nova União nos pesos mais levinhos do UFC?
Olha, na minha cabeça a Nova União sempre foi muito bem no MMA, no peso leve, mas agora os eventos cresceram e a exposição está muito maior. Temos alguns campeões do UFC na academia e com certeza muito mais gente treinando e vindo por aí. Fico feliz ao ver o trabalho do Dedé (Pederneiras) dando frutos.