O último Brasileiro de Jiu-Jitsu da CBJJ, realizado em Barueri com a estrondosa marca de 5.750 atletas inscritos, teve dentre o gigante número de participantes dois atletas de destaque maior, ao conquistarem o título peso e absoluto no adulto faixa-preta. Um deles é o estelar Leandro Lo. Junto com a fera da Ns Brotherhood, porém, brilhou o nome de uma mulher forte e de sorriso fácil: Tayane Porfírio.
A atleta da Alliance Rio, sob a batuta do professor Alexandre “Gigi” Paiva, subjugou todas as oponentes que encarou, e faturou o duas medalhas de ouro no torneio. GRACIEMAG.com bateu um papo com a fera, para saber detalhes da conquista e como superar as dificuldades dentro e fora dos tatames.
Confira a entrevista e inspire-se ainda mais a superar seus obstáculos com a filosofia do Jiu-Jitsu!
GRACIEMAG.com: Como foi lutar o Brasileiro na faixa-preta? Foi seu primeiro nesta graduação, não foi?
Tayane Porfírio: Foi mágico o Brasileiro este ano, senti uma energia muito boa naquele ginásio, algo que nunca tinha sentindo antes. Foi meu primeiro brasileiro de faixa-preta e foi maravilhoso estar ali com todas aquelas atletas sinistras.
Como você avalia sua participação no torneio. Mesmo com a dupla vitória, você gostou da sua atuação no geral?
Acho que foi uma das melhores competições que eu já fiz. Estava super nervosa mas consegui me concentrar bem em todas lutas. Consegui escutar meu mestre e gostei bastante da forma com a qual lutei. Espero lutar melhor a cada competição.
Qual foi a luta mais difícil do torneio?
Na realidade, todas as lutas foram muito difíceis. Encarei todas como uma final, estava lutando sem pensar na próxima luta, já que todas as atletas hoje em dia são difíceis de lutar. O Jiu-Jitsu feminino evoluiu muito e fico feliz em ver este crescimento. A final da categoria, por exemplo, foi contra a Luzia Fernandes, um grande nome do Jiu-Jitsu. Consegui chamar para guarda, mas logo no início ela deu uma acelerada e conseguiu fazer uma vantagem. Voltamos em pé e chamei de novo e consegui raspar e finalizar. Já no absoluto, contra a Bia, que é um dos maiores nomes hoje em dia no Jiu-Jitsu, ela chamou na guarda e eu consegui passar. A Bia e uma grande atleta acho o Jiu-Jitsu dela muito sinistro. Como sempre, foi uma guerra até o final.
Mesmo com a vitória incontestável, você segue recebendo críticas nas redes sociais. Qual mensagem você deixa para outros atletas que, assim como você, sofrem algum tipo de preconceito e querem vencer no esporte?
No início tudo muito difícil, só que mesmo com tanta dificuldade eu não desisti. Fui em busca do meu espaço, e aos poucos eu estou chegando. Tenho certeza que se acreditarem vão chegar também. E aos críticos tenho uma coisa a dizer: Critiquem mais! Porque a cada competição eu darei o meu melhor e se eu perder vou perder sabendo que lutei até o final. Aos meus fãs quero dizer que amo vocês e que vocês me inspiram a cada mensagem.
A caminhada é dura e cansativa, mas no final de toda estrada sempre tem um lugar maravilhoso, onde você vai conseguir olhar para trás e ver que a longa caminhada só te fez ser mais forte.