UFC 187: a explosão de Vitor Belfort contra a juventude de Chris Weidman

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Vitor Belfort está na mira de Jacaré e Rockhold. Foto: Carlos Arthur Jr / GRACIEMAG

Vitor Belfort vai disputar seu terceiro cinturão. Foto: Carlos Arthur Jr / GRACIEMAG

Na edição #216 de GRACIEMAG, analisamos as chances e os diferentes estilos de Vitor Belfort e Chris Weidman para o aguardado duelo pelo cinturão dos médios do UFC. Relembre o artigo e dê seu palpite: quem vence a luta do dia 23 de maio?

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Finalmente vai acontecer. Depois de ser ignorado por Dana White, atrasado por lesões, sofrido pelo banimento do tratamento de reposição de testosterona, achincalhado por seus detratores e visto com desconfiança pela imprensa especializada, Vitor Belfort enfim terá a sua tão sonhada chance de disputar o cinturão peso médio do UFC. Sejamos sinceros: ele merecia.
Não há duvidas de que a carreira de Vitor ficou ancorada com a derrota para Anderson Silva. Depois dessa já distante luta, realizada em 2011, Belfort teve de fazer mais do que qualquer um para conseguir uma nova chance. Primeiro, precisou derrotar o gigantesco Anthony Johnson, agora um temido desafiante na categoria meio-pesado. Para salvar o UFC 152, aceitou enfrentar Jon Jones no peso acima do que está habituado, com pouco tempo de preparação e ainda assim fez uma luta dura.

Na sequência, precisou vencer, de forma espetacular, Michael Bisping e Luke Rockhold e despejar água no chope de Dana White, que havia prometido disputa de cinturão a ambos caso ganhassem do brasileiro. Precisou ser o primeiro a nocautear a lenda Dan Henderson. A cada sucesso, vinha nova frustração. Se considerarmos que, geralmente, basta a um desafiante fazer uma ou duas grandes lutas para ter nova oportunidade de disputa, vemos que Belfort ficou parado no tempo por aquele chute antológico que sofreu do Aranha.
Mas chegou a hora do “velho leão” (como Vitor se autodenomina) enfrentar o campeão da categoria, e logo um jovem astro marcado pela ascensão meteórica, como foi o caso do americano Chris Weidman.
Sempre vi Weidman como um lutador supervalorizado, que teve muito cedo (sem vencer os principais contenders da época) o privilégio de disputar o cinturão contra o então invencível “Spider” Silva no UFC 162. Chris provou que eu estava errado. Usou toda a sua confiança para capitalizar no momento de soberba do adversário e ser o único a nocautear o mais fantástico lutador do MMA mundial. Entrou para a história instantaneamente. Manteve-se frio na revanche, no UFC 168, e estava ganhando a luta até a infeliz lesão de Anderson encerrar prematuramente o combate. Rapidamente, Chris enfrentou Lyoto Machida no UFC 175 e tornou-se um campeão com reputação consolidada, apesar de ter apenas duas defesas de cinturão. Resistiu aos duros contra-ataques do karateca brasileiro, derrubou um oponente com uma das melhores defesas de queda da categoria e ainda acertou a maioria dos golpes significativos em Lyoto. Foi ofensivo e inteligente. E agora, Belfort?

É curioso o contraste entre os rivais nos últimos anos: a progressão de Weidman foi rápida e destruidora, enquanto Vitinho foi persistente, e ganhou seus pontos aos poucos. No octógono, no entanto, a situação é oposta.

Todos sabem que os atributos fortes do jogo do Vitor são a explosão e as mãos pesadas. Não é segredo para ninguém que seu rendimento cai muito com o passar dos rounds. Também não é nenhum mistério que Weidman vai apostar em seu melhor fôlego e em seu excelente wrestling para conter o ímpeto de Belfort e buscar a vitória por pontos ou definir nos últimos rounds. Por outro lado, a luta contra Machida mostrou que o queixo de Weidman pode não ser tão confiável assim. Se Lyoto tivesse o instinto matador de Belfort, possivelmente teríamos um outro campeão da categoria.

Portanto, para mim, essa grande luta vai ser decidida pelo fator tempo: o tempo das mãos, o tempo do fôlego, o tempo de treino, o tempo que traz experiência mas que rouba o vigor. Vou torcer para que a ampulheta vire a favor do “Velho Leão”. E você, leitor?

UFC 187

MGM Grand Garden Arena, Las Vegas, EUA

23 de maio de 2015

Daniel Cormier x Anthony Johnson
Chris Weidman x Vitor Belfort
Donald Cerrone x John Makdessi
Travis Browne x Andrei Arlovski
Joseph Benavidez x John Moraga

Card preliminar

John Dodson x Zach Makovsky
Josh Burkman x Dong Hyun Kim
Uriah Hall x Rafael Sapo
Rose Namajunas x Nina Ansaroff
Mike Pyle x Colby Covington
Leo Kuntz x Islam Makhachev
Josh Sampo x Justin Scoggins

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