Aos 46 anos, Zé Mario Sperry segue topando novos desafios. Em outubro, o faixa-preta de Carlson Gracie encara Fabio Gurgel numa das superlutas do ADCC em Pequim, na China.
Enquanto afia seu Jiu-Jitsu com a turma da X-Gym, o campeão mundial absoluto de 1998 e ex-ídolo do Pride segue observando atentamente o panorama do MMA. A pedido de GRACIEMAG, ele usou seu olhar técnico para avaliar a disputa de cinturão entre Anderson Silva e o desafiante Chris Weidman, no UFC 162, dia 6 de julho. E ele está preocupado. Confira:
GRACIEMAG: Como você vê essa disputa entre Anderson Silva e Chris Weidman, na luta principal do UFC 162?
MARIO SPERRY: Estou muito apreensivo em relação a essa luta. Weidman tem um jogo que, no meu entendimento, pode representar um problema real para o Anderson. Ele tem um wrestling de excelência, se movimenta muito bem no chão e sabe socar e chutar bem.
Dá para prever algum desfecho?
Estou na torcida para o Anderson ter uma noite iluminada, pois seu adversário é sem dúvida nenhuma o mais perigoso que ele já enfrentou.
Como estão seus treinos de Jiu-Jitsu na X-Gym, no Rio de Janeiro?
Muito bons. Tenho treinado sob a orientação de toda a equipe da X-Gym, que é coordenada pelos professores Josuel Distak e Rogério Camões. Tenho feito também minha preparação física com o professor Diogo de Souza. Como estava afastado dos treinos sem pano há algum tempo, estou fazendo uma estruturação de base. Estou treinando muito Jiu-Jitsu. Depois que saí da Blackzilians, acredito que agora tenho mais tempo para investir em meu treinamento. O trabalho lá era gratificante, mas muito puxado. Além de dirigir os treinos, viajava muito. Ainda sinto saudade de toda a equipe, dos treinos e da cidade. Era um ambiente agradável.
O que mudou desde a sua vitória contra o Renzo no ADCC 2011, na Inglaterra?
A única coisa que realmente mudou é que não estou totalmente parado agora. O ADCC 2011 me fez respirar Jiu-Jitsu novamente, após quatro anos afastado do esporte. Com o ADCC, voltei para o mundo das lutas e acabei convidado para trabalhar na Blackzilians, o que me fez manter a forma. Também foi importante para fazer amigos e aprender novas técnicas, estratégias e treinamentos. Sou o mesmo lutador, agora mais maduro. Estou competitivo.
O que o ADCC traz de mais instigante?
O ADCC é a olimpíada da luta agarrada. Os melhores e mais determinados lutadores do mundo no chão se testam. Vencer um ADCC leva o atleta a outro patamar. Gosto também do critério de prorrogação em caso de empate.
Como você analisa a superluta com Fabio Gurgel, no dia 19 de outubro?
Será bem disputada. Temos nossas características e quem conseguir impor seu ritmo vai vencer. Quando me perguntaram se eu lutaria com o Fabio, aceitei na hora. Ele tem uma história vencedora no esporte, não só como atleta, mas como professor de várias gerações de lutadores. Nós nos definimos pelos adversários que escolhemos enfrentar.