No último sábado, 9 de maio, um faixa-marrom abalou as estruturas do GP dos Pesados da Copa Pódio, no clube do Botafogo, no Rio. Aos 21 anos, Victor Honório (GFTeam) fez uma campanha impressionante ao vencer seis lutas e terminar com a maior pontuação do Grand Prix.
Durante as preliminares, o talento lapidado pelo professor Julio César usou sua pressão e surpreendeu Felipe Preguiça, eventual campeão, por duas vantagens. Eles voltariam a se encontrar na final do GP.
Pela disputa do troféu da Copa Pódio, Honório começou bem e chegou perto da lateral de Preguiça algumas vezes, mas não estabilizou a posição.
Já Preguiça, calmo como sempre, esperou um erro de Victor e pegou as costas para finalizar no estrangulamento de gola.
Mesmo com o segundo lugar, Victor saiu com o status de melhor faixa-marrom a competir até hoje no evento de Jeferson Maycá.
O que ele aprendeu com tudo isso? GRACIEMAG foi descobrir.
GRACIEMAG: Qual foi o segredo para surpreeender tantos faixas-pretas de alto calibre?
VICTOR HONÓRIO: Eu fiz meu jogo, estava com muita vontade de ganhar. Foi muito irado me jogar no meio dos faixas-pretas. Lutar sem pressão me ajudou a me soltar e impor meu ritmo. Não posso reclamar da minha atuação, fiz uma boa campanha e terminei com a maior pontuação do GP para a fase final. Só fiquei triste de perder a final. Em lutas de alto rendimento não se pode errar. Quem erra perde e quem cansa também perde. Mas já estou analisando todo o campeonato, tenho muito trabalho pela frente para ajustar meu jogo.
Você lutou com o campeão Felipe Preguiça duas vezes, venceu uma e perdeu uma. O que aprendeu?
Na primeira luta com Preguiça, eu não parei de atacar e ele também não parou, foi uma guerra. Ele tem uma guarda de alto padrão e uma reposição excelente, foi muito bom para o meu Jiu-Jitsu lutar com ele. Na segunda luta, eu estava muito acelerado e estava vendo ele sempre calmo. E assim fiquei esperando o bote de explosão dele para marcar um ponto no fim, mas quando olhei o placar, vi que faltavam 30 segundos e pensei: “Agora é a hora’. Quando fui passar, ele já fez a reposição indo para as costas. E o cara pegando as costas é muito sinistro. Eu nem dormi pensando na luta e imaginei inúmeras coisas que poderia ter feito, mas é isso. O Felipe Preguiça é um cara legal e um atleta do mais alto nível, e foi uma honra lutar com ele.
Qual foi a luta mais dura que você fez no torneio?
Fiz seis lutas, e duas delas eu achei sinistras. Uma foi com o Delson Pé de Chumbo, na fase de grupos, e a primeira que fiz com o Preguiça. O Pé de Chumbo tem um jogo em pé sólido, o coroa não cansa, então foi uma briga boa.
O que passa pela sua mente agora, Victor?
Não sei se aprendi alguma coisa específica, mas tenho muito a corrigir e ampliar meu horizonte. Só tenho a agradecer a oportunidade de lutar esse GP dos Pesados, fiquei muito feliz de ver tanta gente acreditando e torcendo por mim. Estou agora no momento de reflexão e de ajuste, pois daqui a pouco já tem outra batalha, que é o Mundial da IBJJF.